WaterLight converte água do mar ou urina em eletricidade

Elisson Amboni
Imagem: E-Dina

Na busca por soluções de energia renovável, especialmente para comunidades fora da rede elétrica, surgiu uma inovação revolucionária: WaterLight. Esse dispositivo revolucionário, concebido pela startup colombiana de energia renovável E-Dina, em parceria com a agência Wunderman Thompson, transforma a maneira como pensamos sobre a geração e o consumo de energia em áreas remotas.

No centro da funcionalidade do WaterLight está sua capacidade de converter água salgada em eletricidade. O dispositivo requer apenas 500 mililitros de água do mar – ou urina em cenários de emergência — para gerar energia. Essa abordagem inovadora aproveita os recursos naturais disponíveis em regiões costeiras e áreas remotas, fornecendo uma fonte de energia consistente e confiável.

Design e a ciência que alimenta o WaterLight

O WaterLight gera eletricidade através da reação química entre eletrólitos e placas de magnésio e cobre. Este processo patenteado mantém a energia por muito tempo, tornando o dispositivo uma fonte renovável e duradoura de luz.

Além da eficiência, o design do WaterLight foca na sustentabilidade. Construído com madeira de Urapán, o aparelho possui um circuito na base e uma tampa superior que permite o abastecimento de água e a saída de gás hidrogênio.

Aldeã enche o WaterLight com água do mar.
 É possível gerar até 45 dias de luz com apenas 500 mililitros de água do mar ou urina. Imagem: E-Dina

“O WaterLight pode ser mais eficiente do que as lanternas de energia solar porque se regenera instantaneamente”, disse Pipe Ruiz Pineda, diretor-executivo de criação da Wunderman Thompson da Colômbia, à revista Dezeen.

“Uma vez cheio de água, o fornecimento de energia é imediato, enquanto as lanternas solares precisam transformar a energia solar em energia alternativa para carregar as baterias e só funcionam se houver sol.”

O uso inovador da água salina, que pode ser reutilizada, e a reciclabilidade do produto também ajudam na preservação ambiental.

Aplicações práticas e impacto

A inovação do WaterLight revolucionou a vida dos Wayuu, uma tribo indígena da Venezuela e Colômbia. Este dispositivo permite que a comunidade também trabalhe à noite e fornece energia estável.

lanterna movida a água salgada sendo utilizada na pesca de comunidade indígena.
A WaterLight pode ser usada para pesca noturna. Imagem: E-Dina

O design do WaterLight reflete a cultura Wayuu. Ele apresenta padrões tradicionais e tiras tecidas à mão, harmonizando com o cotidiano tribal.

“Os artesãos Wayúu fizeram as tiras com suas próprias mãos”, disse Pineda.

Mais que iluminar, o WaterLight carrega celulares e pequenos aparelhos via USB. Ele se tornou essencial em áreas sem eletricidade.

Potencial global e expansão futura

O objetivo do WaterLight é atender às necessidades de energia das 840 milhões de pessoas que vivem sem eletricidade em todo o mundo. Suas possíveis aplicações em regiões como Síria, Serra Leoa e Somália são imensas, principalmente devido ao acesso ao litoral e à falta de uma rede elétrica abrangente.

Embora projetos semelhantes, como o Little Sun, de Olafur Eliasson, e o projeto Loon, do Google, tenham feito avanços na área de energia renovável, o WaterLight se destaca por sua tecnologia exclusiva e pelo foco no uso da água do mar como fonte de energia.

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