Agricultura
Steinernema Adamsi, a nova espécie de minhoca que pode acabar com o uso de pesticidas

A produção de alimentos saudáveis e em largas quantidades é um dos grandes desafios da agricultura moderna. Principalmente hoje com a preocupação com o uso de pesticidas que podem prejudicar a qualidade de vida uma vez que estudos já demonstram uma relação entre agrotóxicos e aumento de determinadas doenças. Brasileiros já até chegaram a desenvolver um senso biodegradável para detectar a presença de pesticidas. E agora com a descoberta da Steinernema Adamsi promete ajudar no avanço da agricultura mundial substituindo os pesticidas.
A espécie em questão foi descoberta no distrito de Mueang Laphun na Tailândia. O que chama atenção dos cientistas na Steinernema Adamsi é o fato dessa minhoca matar os insetos nos locais em que vive. Por conta desse comportamento, a espécie mostra potencial para ser um substituto dos agrotóxicos utilizados para o controle de pestes em plantações pelo mundo. Isso beneficiaria bastante o Brasil, pois ele se encontra entre os países que mais utilizam pesticidas.
A descoberta foi feita num estudo publicado recentemente na revista The Journal of Parasitology. Ele contou com a participação de pesquisadores tailandeses e americanos que descreveram a Steinernema Adamsi como um pequeno nematoide entomopatogênico. O nome assusta um pouco, mas nematóides referem-se a todos os vermes do filo Nematoda que são muito comuns no planeta, parasitando tanto animais e planos em ambientes marinhos, de água doce e terrestres.
Sobre Steinernema Adamsi
Minhocas sempre foram conhecidas pela ciência por trazerem benefícios tanto medicinais quanto nutricionais para a humanidade. Por outro lado, vermes parasitas no geral eram considerados como malefícios e por isso precisavam ser exterminados. Contudo, a descoberta da Steinernema Adamsi desafia essa percepção e mostra que o verme pode trazer um grande benefício na agricultura.
O artigo citado acima descreve todo o processo de descoberta da nova espécie de minhoca e também mostra como os cientistas foram capazes de colocá-la num estado de criopreservação. Para encontrar a Steinernema Adamsi precisaram aplicar técnicas de pesca e fazer uma análise dos traços morfológicos e das suas características físicas para determinar se era uma nova espécie.
Também encontram dentro do nematoide uma bactéria simbiótica que demonstra potencial para fazer um controle biológico eficaz. Porém mais estudos precisam ser conduzidos para se averiguar essa teoria.
Como a Steinernema Adamsi poderá substituir os pesticidas
Uma das características dos nematóides é que eles podem infectar e matar insetos e pragas que vivem principalmente no solo. Ao entrar no corpo de um inseto, a Steinernema Adamsi expele bactérias patogênicas que são letais para os seus hospedeiros. Em média, eles morrem num espaço de 48 horas após serem infectados. Além disso, depois de morto, os pesquisadores notaram que os hospedeiros sofrem um processo de liquefação por conta das bactérias do verme.
Os cientistas destacam que ainda não analisaram os possíveis impactos que a minhoca pode causar se consumidas por humanos. Os motivos que levam os pesquisadores a crer no potencial do nematoide é a sua relação simbiótica com as bactérias encontradas no seu corpo, Xenorhabdus e Photorhabdus. Com isso, eles esperam serem capazes de substituir os pesticidas químicos que ainda utilizam-se em massa para o combate de pestes e são prejudiciais tanto para o meio ambiente quanto para à saúde das pessoas.
Por fim, vale ressaltar que a Steinernema Adamsi não é a única espécie sondada para o uso na agricultura. Na Universidade Estadual de Oklahoma, nos Estados Unidos, outros pesquisadores encontraram um verme chamado de crina-de-cavalo, Nematomorpha, que também é capaz de matar pragas como baratas, grilos, gafanhotos e centopeias. Portanto é possível que no futuro agricultores possam ser capazes de utilizar diversas alternativas naturais em vez de pesticidas para melhorar a produção nas suas plantações sem uso de agrotóxicos.
Agricultura
A maior fazenda vertical da América Latina é brasileira; saiba mais

Imagine um prédio no coração da cidade, onde alfaces, rúculas e manjericões crescem em torres de dez andares, banhados por uma luz rosa futurista. Não, não é um cenário de ficção científica, mas a realidade da Pink Farms, a maior fazenda urbana vertical da América Latina, localizada em São Paulo. Fundada em 2017 por três engenheiros, a empresa aposta na inovação da agricultura 4.0 para oferecer alimentos frescos, saudáveis e sustentáveis, cultivados a poucos metros do consumidor final.
O futuro da alimentação é vertical?
Com o crescimento populacional e a crescente demanda por alimentos, a agricultura vertical surge como uma alternativa promissora para garantir a segurança alimentar global de forma sustentável. Diferente do cultivo tradicional, as fazendas verticais utilizam espaços como prédios e galpões para cultivar alimentos em camadas, otimizando o uso do solo e dos recursos naturais.
No caso da Pink Farms, um galpão de 750m² na Zona Oeste de São Paulo abriga uma verdadeira revolução verde. A empresa desenvolveu um sistema vertical de produção em um galpão de 750m2 na capital paulista, onde torres de oito andares abrigam plantações de diversas verduras, como alface, rúcula, manjericão, espinafre e acelga.
Tecnologia a serviço da sustentabilidade
“Em um ambiente controlado, analisamos e monitoramos vários fatores – como temperatura, intensidade da luz, umidade, pH – e, depois de muita pesquisa, encontramos as condições ideais para cultivar hortaliças perfeitas para o visual, o paladar, e, é claro, a saúde”, explica Geraldo Maia, CEO e fundador da Pink Farms.
A fazenda utiliza tecnologia de ponta para garantir o ambiente ideal para o desenvolvimento das plantas. Um sistema de automação controla variáveis como temperatura, umidade, níveis de CO2 e intensidade da luz. A empresa utiliza luzes de LED na cor rosa – daí o nome Pink Farms -, que imitam a luz solar e estimulam a fotossíntese de forma mais eficiente. “Para a planta, é como se ela estivesse finalmente vivendo em um lugar perfeito. Com isso, o sabor, a qualidade e a textura do produto também são diferentes”, diz Maia.
Essa combinação de fatores permite que a Pink Farms produza alimentos durante o ano todo, independentemente das condições climáticas, e com um uso muito mais eficiente dos recursos naturais. “Entre as vantagens da produção em fazendas verticais estão a de trazer o alimento para perto do consumidor, com muito menos desperdício e com uso mais eficaz de recursos naturais”, segundo Maia.
A Pink Farms utiliza 95% menos água em comparação com a agricultura tradicional e 60% menos fertilizantes. Além disso, o sistema de irrigação hidropônico dispensa o uso de terra, e os alimentos são cultivados sem a necessidade de agrotóxicos.
Frescor e sabor direto da fazenda para a mesa
A localização privilegiada no centro da cidade permite que a Pink Farms ofereça produtos fresquíssimos, colhidos poucas horas antes da entrega. O sistema de produção vertical também garante um controle rigoroso de higiene, diminuindo o risco de contaminação dos alimentos.
A proximidade com o consumidor final também se traduz em menor desperdício e menor emissão de gases de efeito estufa durante o transporte. “É um sistema em que a perda é muito reduzida e com custo logístico menor, uma vez que estamos inseridos no próprio centro consumidor”, explica Maia.
A Pink Farms comercializa seus produtos por meio de supermercados, hortifrútis, empórios e também diretamente ao consumidor, através de um sistema de assinatura. Os planos de assinatura oferecem flexibilidade e praticidade para o consumidor, que pode escolher os produtos e a frequência de entrega.
Um mercado em expansão
O mercado de fazendas verticais está em franca expansão global. De acordo com um relatório da MarketsandMarkets, a expectativa é que o setor triplique de valor até 2026, saltando de US$ 3,31 bilhões para US$ 9,7 bilhões.
No Brasil, a agricultura vertical ainda é um setor incipiente, mas com grande potencial de crescimento. A Pink Farms, por exemplo, já planeja expandir sua produção para outras cidades, como Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. A empresa também busca diversificar seu portfólio, com o desenvolvimento de novos cultivares, incluindo frutas, legumes e cogumelos.
Desafios e perspectivas
Apesar do enorme potencial, a agricultura vertical ainda enfrenta desafios para se consolidar como uma alternativa real à produção de alimentos em larga escala. Um dos principais entraves é o alto custo de implementação e manutenção das fazendas verticais, que exigem alta tecnologia e consumo energético.
Outro desafio é a regulamentação do setor, ainda inexistente no Brasil. Isso impede, por exemplo, que os produtos da Pink Farms, apesar de livres de agrotóxicos, recebam o selo de orgânicos, já que a legislação brasileira exige que o cultivo seja feito em solo.
Agricultura
Estas 3 tecnologias podem acabar com a fome no mundo

Algumas tecnologias podem acabar com a fome no mundo. Segundo apuração de 2021 da Unicef (sigla que significa Fundo das Nações Unidas para a Infância), 828 milhões de pessoas estavam passando fome, número que subiu em 46 milhões de pessoas desde 2020 e 150 milhões de pessoas desde 2019.
Esse aumento não se deu apenas pelo aumento populacional do planeta. Entre 2015 e 2019, a proporção de pessoas afetadas pela fome não foi muito alterado, ou seja, não subiu consideravelmente. Entretanto, com a pandemia da Covid-19 os problemas da fome saltaram. Em 2019, 8% da população mundial passava fome; em 2020, esse valor saltou para 9,3% e em 2021, 9,8%.
A notícia boa é que a fome caiu. Em 2022, cerca de 735 milhões pessoas passaram fome. A notícia ruim é que esse número ainda está mais próximo do 1 bilhão do que do zero. Entretanto, algumas tecnologias podem acabar com a fome no mundo, ou pelo menos ajudar a chegarmos perto disso.
Essas 3 tecnologias podem acabar com a fome no mundo
O agronegócio não precisa ser necessariamente inimigo do meio ambiente, até porque dependemos dele para nos alimentarmos. Entretanto, se faz extremamente necessária uma agricultura responsável, principalmente porque com essa responsabilidade, as tecnologias podem acabar com a fome no mundo.
1. Técnicas de melhoramento
Ser geneticamente modificado não implica em necessariamente fazer mal para a saúde. Modificações genéticas, como o CRISPR, que está em uma tendência mundial, podem trazer uma série de melhoramento para as plantas, gerando uma produtividade inédita.
Terras para plantio são extremamente limitadas, o que torna as técnicas de melhoramento extremamente necessárias. O milho, por exemplo, teve qualidades de diferentes espécies mixadas, gerando uma espiga grande, com grãos graúdos, entre outras qualidades que só podem ser obtidas com a edição genética.
Hoje, 80% da soja no planeta é transgênica, ou seja, modificada geneticamente.
Embora haja uma grande polêmica em relação aos alimentos transgênicos, após duas décadas de extensivo cultivo, não há evidência de danos à saúde ou ao meio ambiente, conforme a Embrapa, apesar de potenciais riscos que são constantemente monitorados.
No Brasil, a lei em relação aos transgênicos é rigorosas, e somente após aproximadamente uma década de testes é que esse transgênico pode ser comercializado.
2. Agricultura de Precisão
Os drones são, hoje, muito acessíveis, e qualquer pessoa pode comprar um bom drone com câmeras em alta resolução integradas sem gastar muito dinheiro. E esses drones são uma das principais ferramentas da agricultura de precisão.
Também são extensivamente utilizados os sistemas de GPS e outros sistemas de sensoriamento e análises de solo, clima, tempo e quaisquer outros fatores analisáveis.
A agricultura de precisão permite lidar com particularidades de cada terreno, já que uma área, ou uma propriedade específica não possuem, necessariamente, uma composição uniforme de solo. Dessa maneira, essa tecnologia permite lidar da forma correta considerando as diferentes nuances do terreno, mantendo uma produtividade alta em todos os pontos.
3. Biocontrole
O biocontrole é outra tecnologia essencial para melhoria de produtividade e combate à fome no mundo.
Os agrotóxicos, ou na terminologia que não passa de um eufemismo, defensivos agrícolas, são uma agressão à nossa saúde e ao meio ambiente, e seu uso é bastante controlado. Entretanto, eles ainda se fazem muito necessários para o controle de pragas.
Eliminar o uso desses agrotóxicos é necessário, já que além de trazer danos à nossa saúde, muitos desses produtos químicos utilizados contaminam depósitos de água subterrânea e matam animais além das pragas, como as essenciais abelhas, que correm sério risco de extinção – um perigo não só para elas, mas para toda a produção de alimentos no mundo.
A chave para a eliminação dos agrotóxicos é o uso de biocontrole – ou seja, a utilização de plantas, insetos, animais, fungos ou bactérias dispostos de maneira estratégica ou aplicados nas plantas para conter pragas. Hoje, são utilizados principalmente os bioprodutos à base de bactérias e fungos.
Segundo a Embrapa, no Brasil, hoje, a área sob controle biológico hoje deve ser superior aos 70 milhões de hectares. Entretanto, ainda há espaço para crescimento, pois esse uso ainda é tímido, se comparado aos agrotóxicos.
Agricultura
Pesquisadores chineses editam gene que pode aumentar a produtividade do arroz

Tornar o arroz naquele pequeno grão branco de cereal exige um árduo trabalho manual. Entretanto, uma equipe de pesquisadores da China pode ter encontrado um gene que pode aumentar a produtividade do arroz em até 38%.
O arroz é um dos alimentos mais importantes do mundo, além de insumo para a produção de diversos produtos. No mundo, cada pessoa consome cerca de 54 kg de arroz todos os anos. Além disso, o arroz pode ser utilizado na fabricação de etanol e bebidas destiladas, com o saquê, a famosa bebida japonesa.
A descoberta da equipe sobre edição genética está descrita em um artigo publicado no periódico Nature Plants.
“O arroz híbrido tem alcançado alto rendimento de grãos e contribui muito para a segurança alimentar, mas o processo de produção de sementes híbridas com trabalho manual e intensivo limita o melhoramento de arroz híbrido totalmente mecanizado”, explicam os pesquisadores no artigo.
As dificuldades ocorrem principalmente na escolha das melhores sementes.
“Aqui relatamos que o uso de alelos de grãos pequenos do gene GSE3 ideal em linhagens machos estéreis permite a produção de sementes híbridas totalmente mecanizadas e aumenta drasticamente o número de sementes híbridas em sistemas híbridos de arroz de três e duas linhas”.
Dessa maneira, essa edição genética permitirá um grande avanço no cultivo do arroz.
“Para a produção de sementes híbridas de próxima geração, o uso de linhas estéreis masculinas de grãos pequenos para separar mecanicamente pequenas sementes híbridas da colheita mista é promissor”, explica a equipe.
Os pesquisadores pontuam que é difícil encontrar genes que, se manipulados, dariam o tamanho ideal para grãos de arroz, o que é importante para o melhoramento de linhagens de arroz.
GSE3 – o gene que pode aumentar a produtividade do arroz
O gene que pode aumentar a produtividade do arroz é chamado de GSE3. Por meio desse gene, é possível criar diversas variedades de arroz, manipulando o tamanho dos grãos. Assim, os produtores podem ter um processo de separação mais simples – já que manipulando o tamanhos dos grãos, se pode utilizar um simples processo de separação mecânica, ou seja, uma peneira.
A China é líder mundial no cultivo de arroz, principalmente o híbrido. A hibridização permitiu aos chineses um aumento de produtividade na casa dos 20% a 30%. Entretanto, ainda há algumas etapas manuais, extremamente trabalhosas, no cultivo do arroz.
Essas etapas manuais dificultam a melhoria na eficiência da produção de arroz, mas são necessárias por uma dificuldade na separação mecânica. É essa dificuldade que pode ser reduzida com a utilização de manipulações no GSE3.
Os cientistas encontraram como solução o desenvolvimento de linhas estéreis masculinas de grãos em um tamanho pequeno e linhas restauradores, em grãos de tamanhos maiores. Assim, uma separação mecânica automatizada é mais fácil, já que basta separar os grãos de cada tamanho, que serão consideravelmente diferentes.
“Tianyouhuazhan (TYHZ) é uma variedade de arroz híbrido de elite que tem sido amplamente cultivada na China há décadas. Tianfeng A (TFA), Tianfeng B (TFB) e Huazhan (HZ) são linhas masculinas estéreis, mantenedoras e restauradoras de TYHZ, respectivamente. Os pesquisadores cruzaram TFB com várias variedades de arroz de grãos pequenos e criaram com sucesso uma linha ideal de mantenedor de grãos pequenos Xiaoqiao B (XQB) e sua nova linha estéril masculina correspondente, Xiaoqiao A (XQA)”, explica um comunicado de imprensa sobre o estudo.
Os pesquisadores conseguiram atingir um grau de mais de 96% de pureza na separação mecanizada dos grãos. Assim, além de um aumento na eficiência, há uma qualidade na pureza da separação mecânica automatizada dos grãos editados.
“Esta pesquisa é um passo significativo para o melhoramento híbrido de arroz totalmente mecanizado”, concluem os pesquisadores no final do artigo.
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