As 10 maiores minas de ouro do mundo

Elisson Amboni
Imagem: Adobe Stock

O ouro cativa o interesse humano há milênios, se figurando ao longo da história como símbolo de riqueza e prosperidade. Denso e maleável, o ouro adorna coroas de realezas e compõe eletrônicos avançados. Mais que uma herança cultural, é um investimento econômico vital. Com a demanda global crescendo, a exploração das minas de ouro se intensifica. Dez delas se destacam, liderando a produção mundial. Vamos conhecê-las.

1. Nevada, EUA – 3.311.000 onças (93,5 toneladas)

O deserto de Nevada é o lar da Nevada Gold Mines, um enorme complexo produtor de ouro e fruto de uma joint venture entre os gigantes do setor Barrick Gold e Newmont. Com início das operações em primeiro de julho de 2019, essa potência da mineração mescla os ativos substanciais de ambos os conglomerados. Sua vasta produção de 3.310.000 onças é responsável por quase 3% da produção mundial de ouro, proveniente de sete operações principais denominadas Carlin, Cortez Gold Mine, Goldstrike Mine, Long Canyon, Phoenix, Turquoise Ridge e Twin Creeks Mine.

O complexo ascendeu rapidamente à proeminência global, com incertezas no horizonte em relação à sua capacidade operacional futura, influenciada pela flutuação dos preços de mercado, da demanda e do ambiente regulatório. Apesar desses desafios, suas escalas operacionais permanecem inigualáveis globalmente, a partir de 2023. Com mais de 100 milhões de onças de reservas restantes, a produtividade atual da Nevada Gold Mines permanece robusta, apoiada por cerca de 7.000 funcionários.

2. Muruntau, Uzbequistão – 2.990.020 onças (84,7 toneladas)

A mina de ouro de Muruntau se destaca no deserto de Kyzylkum, no Uzbequistão, reivindicando o título de maior mina a céu aberto do mundo. Esse empreendimento colossal tem uma profundidade de 600 metros e uma extensão de mais de 3 quilômetros, o que o torna um espetáculo único no mundo da mineração. É um espetáculo para ser visto, mesmo do espaço, como mostra a impressionante imagem do Observatório da Terra da NASA.

Em operação desde 1969, a operação da mina pela Navoi Mining and Metallurgy Combinat marcou o início de uma era que viu Muruntau se tornar central para a produção de ouro do Uzbequistão. Dominando a produção do país, a mina foi responsável por 80% da produção de ouro em 2021, um indicador reflexivo de sua escala e capacidade gigantescas.

Notavelmente, a mina não se destaca apenas em sua produção atual, mas assegura seu futuro com uma reserva estimada em cerca de 71.400.000 onças (2.024 toneladas) de ouro. Isso posiciona Muruntau para continuar seu legado em longo prazo, prometendo mais de duas décadas de produção estável de ouro no ritmo atual de extração.

3. Grasberg, Indonésia – 1.370.000 onças (38,8 toneladas)

A mina de Grasberg tem uma presença imponente na paisagem da Indonésia, chamando a atenção como uma fonte de riqueza desde sua criação em 1972. Atualmente de propriedade da Freeport-McMoRan, do governo de Papua e do governo indonésio, essa mina se destaca não apenas por seu ouro, mas também por seus significativos depósitos de cobre e prata. Em 2021, a produção de ouro foi de 1.370.000 onças, e as projeções mostram uma tendência de aumento.

Famosa também por sua produção de cobre, Grasberg relatou uma impressionante produção de 1,5 bilhão de libras de cobre em 2022, ressaltando seu status como uma das líderes globais em mineração de cobre.

A sinergia entre as partes interessadas americanas e indonésias contribuiu para estabilizar a operação, garantindo que a turbulência política tenha menos probabilidade de representar um risco à sua continuidade. Com 26,3 milhões de onças de reservas de ouro confirmadas, as perspectivas de atividade de mineração sustentada se estendem por mais 15 a 20 anos, pintando um quadro de produtividade duradoura para Grasberg.

4. Olimpiada, Rússia – 1.184.068 onças (33,6 toneladas)

Aninhada no extenso terreno de Krasnoyarsk Krai, a mina de ouro Olimpiada brilha como uma joia da coroa entre os ativos de mineração da Rússia. A Plyus, líder mundialmente conhecida na produção de ouro, opera com orgulho esse local impressionante. A riqueza mineral da Olimpiada é incomparável, ostentando um rendimento notável de 1.184.068 onças de ouro somente em 2021.

Além de seu tesouro lustroso, a Olimpiada é um pilar de estabilidade econômica na região, oferecendo a mais de 3.200 pessoas uma ocupação estável por meio de seus métodos tradicionais de mineração com pá e caminhão. Esses trabalhadores criaram raízes, contribuindo para a vitalidade das comunidades locais, com a garantia da longevidade da mina, destacada pelos impressionantes 19,3 milhões de onças em reservas comprovadas e outros 46 milhões de onças em recursos indicados.

5. Pueblo Viejo, República Dominicana – 814.000 onças (23 toneladas)

Localizada no coração da província de Sanchez Ramirez, a mina Pueblo Viejo é um farol de riqueza mineral na República Dominicana. Essa operação a céu aberto, de propriedade conjunta dos principais participantes do setor, Barrick Gold Corporation e Newmont Corporation, iniciou sua jornada em 2012. Ela não só se tornou a maior mina de ouro da América Latina, mas também detém orgulhosamente o título de principal contribuinte do país, contribuindo com impressionantes 2% para o PIB.

Somente em 2021, o rendimento de Pueblo Viejo alcançou a cifra substancial de 814.000 onças de ouro. As projeções para a vida útil da mina se estendem até 2041, prometendo benefícios econômicos contínuos de suas ricas reservas de ouro. A mina, juntamente com a prata, elevou o perfil de exportação da República Dominicana.

A mina, no entanto, navega no delicado equilíbrio entre a prosperidade econômica e a gestão ambiental. Depois de um investimento inicial de US$ 75 milhões destinado a reparar danos ambientais passados, os operadores da mina continuam sob escrutínio por problemas contínuos de poluição. A geração de aproximadamente 6,7 bilhões de metros cúbicos de águas residuais tóxicas por ano representa riscos significativos à saúde da população local, afetando a agricultura e causando danos ao gado. Apesar de sua importância econômica, os esforços de expansão em 2019 foram recebidos com oposição vocal dos residentes que suportam o peso de sua pegada ecológica.

6. Kibali, RDC – 812.000 onças (23 toneladas)

Localizada na República Democrática do Congo, a mina de ouro de Kibali ostenta uma impressionante produção de 812.000 onças de ouro para o ano de 2021. A mina, uma das maiores da África, opera um complexo a céu aberto e outro subterrâneo. Desde sua criação em 2013, com um investimento inicial de US$ 1,7 bilhão, ela passou por várias mudanças de propriedade e hoje está sob a Kibali Gold Mines, uma subsidiária da Barrick Gold, juntamente com duas outras empresas.

Os resultados da mina superaram repetidamente as projeções, sinalizando uma operação bem-sucedida além do que foi previsto. Além de sua lucrativa mineração, a mina também instalou uma usina hidrelétrica e está considerando outros planos para expandir a geração de energia. Mantendo-se fiel ao seu plano de vida de 18 anos, a mina racionaliza as operações para se manter até 2031.

7. Cadia, Austrália – 764.895 onças (21,7 toneladas)

Nas terras férteis da Austrália, a mina Cadia apresenta números impressionantes, tendo produzido 764.895 onças de ouro somente em 2021. Esse feito posiciona a Cadia como um ponto de interesse notável no cenário global da mineração de ouro. Além do brilho do ouro, é um empregador ativo, contribuindo significativamente para a economia local por mais de duas décadas desde sua abertura em 1998.

O ciclo de vida produtivo da Mina Cadia não está diminuindo tão cedo, com projeções que estendem seu rendimento por mais 5 a 10 anos. Essa sustentabilidade não é acidental; é o resultado de um planejamento meticuloso e do investimento da Newcrest Mining Limited. Sob seus auspícios, a Cadia Mine opera de forma eficiente, e a influência da Newcrest se reflete no notável status da Austrália como campeã na arena global de produção de ouro, garantindo um futuro brilhante para o setor na Austrália.

8. Lihir, Papua Nova Guiné – 737.082 onças (20,9 toneladas)

Localizada na Ilha Niolam, a mina Lihir é a maior produtora de ouro de Papua Nova Guiné, com uma produção notável de 737.082 onças em 2021. De propriedade da Newcrest Mining Limited, da Austrália, ela é uma peça central em seu portfólio internacional. A mina desempenha um papel significativo na geração de empregos locais, proporcionando empregos para cerca de 4.500 pessoas.

Lihir não é apenas uma usina de produção de ouro, mas também avança em direção à gestão ambiental. À sombra de uma abundante reserva de ouro de 45 milhões de onças, a gigante da mineração prevê uma possível expansão e mais avanços nas práticas de mineração sustentável.

9. Canadian Malartic, Canadá – 714.784 onças (20,3 toneladas)

Aninhada nas amplas paisagens de Quebec, a mina canadense Malartic representa o auge da mineração de ouro no Canadá. Descoberto no início do século XX, esse depósito histórico de ouro permaneceu inativo até 2011, quando surgiu como um farol para a produção de ouro. Desde seu início pela Osisko Mining e a subsequente transição para a Yaman Gold e a Agnico-Eagle Mines, a estimada mina tem sido um testemunho de longevidade e prosperidade no setor.

No ano de 2021, a mina produziu orgulhosamente a impressionante quantidade de 714.784 onças de ouro, um número que a coloca como a nona maior produtora de ouro do mundo. Essa produção significativa reflete não apenas seus recursos abundantes, mas também o espírito duradouro de suas operações. Com uma vida útil operacional prevista para a década de 2030, a Canadian Malartic continua a ser um pilar forte e dinâmico do cenário de mineração do Canadá.

10. Boddington, Austrália – 696.000 onças (19,7 toneladas)

Aninhada perto da cidade de Boddington, na Austrália Ocidental, fica a Boddington Gold Mine, uma instalação monumental de mineração a céu aberto de ouro e cobre. No ano de 2021, essa mina apresentou um rendimento significativo de ouro, atingindo a impressionante marca de 696.000 onças, equivalente a 19,7 toneladas. Inicialmente, a operação foi iniciada por meio de uma joint venture em 1987, mas foi suspensa em 2001 devido ao esgotamento dos recursos de minério de óxido. A descoberta de uma nova reserva substancial abriu o caminho para a expansão da mina, que foi reaberta em 2009 sob a propriedade exclusiva da Newmont Goldcorp.

Desde seu renascimento, a mina Boddington tem mantido consistentemente um resultado prolífico, nunca ficando abaixo de 650.000 onças de ouro por ano. Esse desempenho extraordinário a posiciona como rival do título de mina de ouro mais prolífica da Austrália. Com uma previsão de vida útil que se estende até 2036, a mina é um testemunho do legado duradouro do setor de mineração da Austrália antes do esgotamento de suas reservas de ouro conhecidas.

Adendo

As dez maiores nações produtoras mudam anualmente, e novas minas surgem frequentemente. A mineração avança tecnologias e desenvolvimento, mas exige gestão cuidadosa, dado que restam apenas cerca de 50.000 toneladas de ouro subterrâneo e 200.000 já foram extraídas.

Tecnologias como inteligência artificial e robótica revolucionam a mineração de ouro, permitindo acesso a reservas mais profundas e estendendo a disponibilidade desse recurso. Mineração responsável é crucial para evitar a exaustão do ouro nas próximas décadas.

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