“Vale da Morte” na Califórnia perde o posto de local mais quente do mundo

Mateus Marchetto
O conhecido "Vale da Morte", na califórnia, na verdade não é o deserto mais quente do planeta, mostra estudo. Imagem: jplenio/Pixabay

O “Vale da Morte” (do inglês, Death Valley) é um deserto na Califórnia frequentemente referido como o local mais quente do planeta. O recorde, até o momento, era de 56,7°C na temperatura do ar. Todavia, uma nova pesquisa mostra que na verdade existem dois colocados ainda à frente na lista dos desertos mais escaldantes do mundo.

De acordo com o estudo, publicado no periódico American Meteorological Society, o Deserto de Lut, no Irã é o lugar com a temperatura mais alta no mundo. Em segundo lugar vem o Deserto de Sonora, entre os EUA e o México.

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Imagem: Greg Montani/Pixabay

Essa mudança de recordes aconteceu, no entanto, porque o novo estudo levou em consideração a temperatura das superfícies em cada deserto. Ou seja, quanto mais quente o solo, mais alto no ranking de temperatura. Ambos Lut e Sonora passaram, em alguns momentos, dos 80°C no solo.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores utilizaram dados de satélites, coletados ao longo de 18 anos. Ademais, a medição direta da temperatura no solo também contribuiu para as estimativas finais da pesquisa.

Além disso a pesquisa também avaliou os lugares mais frios do planeta usando o método da temperatura superficial. Para variar, a Antártica ganhou de lavada, atingindo incríveis -110,9°C.

Locais mais quentes e mais frios pela geografia

A pesquisa ressalta também a importância da análise do relevo das regiões para encontrar os motivos de temperaturas tão extremas. No Deserto de Lut, por exemplo, cadeias de montanhas circulam as planícies arenosas. Isso faz com que o ar quente fique preso acima do deserto, deixando a atmosfera mais quente e, consequentemente, o solo ainda mais escaldante.

O mesmo caso ocorre no Deserto de Sonora, onde as montanhas que circundam a planície evitam tanto que o ar quente saia, quanto que o ar mais frio e úmido do oceano entre no deserto.

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Imagem: Jörg Peter/Pixabay 

Por outro lado, no caso da Antártica, a incidência dos raios solares acontece em ângulos maiores, dado o formato e eixo da Terra. Isso faz com que boa parte do calor não atinja a superfície gelada do deserto (vale ressaltar que ambientes frios também podem ser desertos). Ademais, a cor branca do gelo reflete ainda boa parte da radiação de volta para a atmosfera e para o espaço, contribuindo para um dos cimas mais extremos do planeta.

O artigo está disponível no periódico American Meteorological Society

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