Pesquisadores descobriram que girinos criam bolhas de ar para respirar em baixo d’água, uma vez que são incapazes de quebrar a tensão superficial. Em um artigo publicado na revista Proceedings of the Royal Society B, os pesquisadores Kurt Schwenk e Jackson Phillips descrevem os resultados de sua análises.
Girinos são larvas de sapo, apesar de serem muito semelhantes aos peixes de cabeça grande, eles possuem até têm guelras. Mas as suas guelras não estão suficientemente desenvolvidas para lhes fornecer ar suficiente para que eles sobrevivam em ambiente aquático. Por causa disso, os girinos devem nadar periodicamente para a superfície e respirar um pouco de ar.
Neste novo ensaio, Schwenk e Phillips descobriram que durante os primeiros dias após a eclosão, os girinos não têm força para quebrar a superfície da água, impedindo-os de obter ar suficiente, e assim eles desenvolveram uma nova forma de obter o ar de que necessitam.
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Quando perceberam que os girinos mais jovens se comportavam de forma diferente dos seus companheiros mais velhos, os cientistas instalaram câmeras de alta velocidade para descobrirem o que estava acontecendo. Ao revisar as imagens capturadas em câmera lenta eles perceberam que os girinos mais jovens estavam usando uma técnica previamente desconhecida para puxar o ar da superfície.
A técnica envolvia nadar até a superfície, abrir bem a boca e sugar na parte inferior da superfície. A ação de sucção puxava a superfície da água para baixo e para a boca do girino, formando uma bolha parcial. O girino então fechava a boca, prendendo uma bolha de ar completa. Em seguida, usava os músculos na boca para empurrar ar da bolha para os pulmões.
Os pesquisadores também descobriram que como a capacidade da boca era maior que os pulmões, o girino expelia o ar restante como uma pequena bolha, deixando-o flutuar e permanecer na superfície da água por um período de tempo.
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Vários girinos envolvidos no mesmo comportamento levaram à formação de uma pequena ilha de bolhas do tipo que muitas vezes pode ser vista em lagos de rãs.
Os pesquisadores descobriram que os girinos aperfeiçoaram sua técnica ao longo do tempo à medida que envelheciam, eventualmente formando bolhas duplas em rápida sucessão, tornando o processo ainda mais mais eficiente.
O estudo foi publicado na Proceedings of the Royal Society B, clique aqui pra acessá-lo.