Terra

Jônatas Ribeiro

A Terra é o terceiro planeta do sistema solar e o maior planeta terrestre. Surpreendentemente, embora seja apenas o quinto maior planeta em tamanho e massa, é o mais denso de todos os planetas. O planeta é bastante distinto de seus colegas celestes, os outros planetas rochosos, isto é, Mercúrio, Vênus e Marte — e ainda mais distinto dos mais distantes planetas gasosos. Um bom exemplo é que, mesmo que haja indícios de água abaixo da superfície de algumas luas do Sistema Solar e que haja água na atmosfera de outros planetas, nosso próprio planeta é o único em na vizinhança a conter água líquida em sua superfície.

E mais, a água cobre mais de 70% da camada exterior da estrutura geológica da Terra. De fato, é um corpo celeste único. É importante também considerar que a presença de água líquida também é fundamental para o desenvolvimento de outra das características principais da história da Terra: a existência de vida.

O nome de nosso planeta, em português, tem origem na mitologia grego-romana. Terra Mater, ou Gaia, na Grécia, representa e personifica a própria Terra, da mesma forma que Urano (ou Caelus) representa o céu. Mas as origens físicas são como para os outros planetas do Sistema Solar. Isto é, através da nebulosa primordial, que se particionou de acordo e colapsou localmente de acordo com acúmulos de densidade em certas regiões da mesma. Uma delas, a principal, deu origem ao Sol, sendo o resto da nuvem achatado enquanto girava e formava o chamado disco protoplanetário. A Terra em si, formada pela acreção de poeira e rochas, como os outros planetas, começou a se originar há mais de 4,5 bilhões de anos.

Geologia terrestre

terra como geoide
Imagem: International Centre for Global Earth Models (ICGEM)

Nosso planeta é aproximadamente esférico, havendo um achatamento na região dos polos e um alargamento na região do equador devido à sua rotação. Podemos dizer, portanto, que é um esferoide. E, considerando sua distribuição de massa na superfície, consideravelmente irregular, adotamos o nome de geoide, desprezando efeitos de maré e dos ventos. O raio médio do planeta é de 6371 km, com circunferência média de cerca de 40000 km. Quanto à massa, essa chega a quase 6 x 10^24 kg, composta principalmente de ferro, oxigênio, silício e magnésio.

E essa massa, como nos outros planetas terrestres, está distribuída entre camadas que compõem a estrutura interna da Terra. O núcleo é composto principalmente de ferro e níquel e possui uma camada sólida mais interna e uma líquida mais externa. Acima dessa, está o manto, de composição viscosa, e também dividido em superior e inferior, com uma zona de transição no meio. E então, apresenta-se a crosta sólida e formada largamente por silicatos. Essa região que compreende crosta e o manto superior é coletivamente chamada de litosfera e se divide em placas chamadas de placas tectônicas. O movimento das mesmas é responsável por muitas características da geologia de nosso planeta, como montanhas, vulcões, vales e até mesmo terremotos.

Atmosfera

atmosfera da terra
Imagem: Shutterstock

A atmosfera, por sua vez, tem composição química diferente. É majoritariamente formada por nitrogênio e oxigênio, com traços de argônio, dióxido de carbono e outras moléculas, além do vapor de água, que forma as características nuvens que cobrem o planeta. A maior parte da energia solar é recebida na região dos trópicos, mas é também redistribuída pela circulação de ar e água.

Fatores determinantes para o clima em cada região são a latitude, mas também a elevação e proximidade do oceano, bem como a quantidade de dióxido de carbono e outros chamados gases do efeito estufa na atmosfera, responsáveis por aprisionar parte da radiação solar em nosso planeta. O aumento desenfreado da proporção desses gases no planeta desde a Revolução Industrial é conhecido como o principal motor do constante aumento da temperatura média na Terra que chamamos de aquecimento global, sendo um fenômeno preocupante para o futuro da vida na Terra.

Além da atmosfera

terra e lua
Imagem: Paul Morley/Fotolia

A distância média da Terra ao Sol é de aproximadamente 8 minutos-luz, isto é, cerca de 150 milhões de km, movendo-se numa órbita elíptica com período (tempo para uma volta completa) de pouco mais de 365 dias. E, compartilhando essa órbita, move-se a Lua, nosso satélite natural, cujo movimento determina suas fases, que variam em um ciclo de aproximadamente 29 dias. A órbita da Lua, a aproximadamente 480000 km da Terra, determina também os efeitos de maré em nossos oceanos.

Ademais, a Terra tem seu eixo de rotação, movimento que se completa aproximadamente a cada 24 horas, inclinado em pouco mais de 23 graus em relação ao plano da translação (a volta ao redor do Sol). Em função da inclinação, hemisférios norte e sul recebem intensidades diferentes de luz em diferentes períodos do ano, causando as quatro estações do ano. Nosso planeta também tem um relevante campo magnético, gerado principalmente em seu núcleo, que forma uma magnetosfera ao seu redor, com a importante função de desviar partículas provenientes dos ventos solares. Em determinados momentos, distúrbios podem ocorrer na magnetosfera, desviando partículas para a atmosfera, que interagem com a mesma e formam, assim, as auroras boreais e austrais.

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