Asteroide reage de forma inesperada após colisão com sonda da NASA

SoCientífica
Imagem: NASA/ESA/STScI/Hubble

Em uma reviravolta incomum, o asteroide Dimorphos, alvo do Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo (DART) da NASA, apresenta um comportamento inesperado. Após a colisão com o DART, a órbita do Dimorphos em torno de seu asteroide pai, o Didymos, continuou a se encurtar, levantando questões entre a comunidade científica.

Jonathan Swift, professor da Thacher School, na Califórnia, e seus alunos fizeram uma descoberta notável usando o telescópio de 0,7 metro da escola. Eles descobriram que a órbita do Dimorphos continuava encolhendo, mesmo mais de um mês após o impacto. “O número que obtivemos foi um pouco maior, uma mudança de 34 minutos”, diz Swift. “Isso era inconsistente em um nível desconfortável”.

Suas descobertas, apresentadas em uma reunião da American Astronomical Society, no Novo México, receberam feedback positivo. “Tentamos ao máximo encontrar a brecha no que havíamos feito, mas não conseguimos encontrar nada”, acrescenta Swift.

Uma teoria sugere que Dimorphos agora está tombando, em vez de estar preso ao Didymos como antes. Isso poderia levar a mudanças no período orbital devido às forças de maré. Harrison Agrusa, membro da equipe do DART no Observatório Côte d’Azur, na França, apoia essa teoria. Ele observa evidências de libração significativa, ou oscilação, de Dimorphos em sua posição em relação a Didymos após o impacto.

No entanto, Agrusa acredita que é improvável que essa oscilação cause um encurtamento da órbita de Dimorphos. Ele sugere que o material expelido pelo impacto, incluindo pedregulhos de até alguns metros de diâmetro, pode ter permanecido em órbita perto de Dimorphos e caído de volta em sua superfície, diminuindo ainda mais a velocidade de sua órbita. “Acho que essa é a explicação mais provável”, diz ele.

Nancy Chabot, líder de coordenação do DART no Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, em Maryland, menciona que a equipe do DART continuou a observar o Dimorphos e publicará seus resultados em breve. Essas observações apoiam a ideia de que o material ejetado continua a atingir a superfície antes de se dispersar.

A próxima missão da Agência Espacial Europeia, Hera, que chegará a Dimorphos em 2026, poderá fornecer respostas definitivas sobre o que aconteceu após o impacto. Chabot enfatiza a importância de compreender esses detalhes específicos para futuras missões de defesa planetária. “É muito bom saber o que fizemos com a Dimorphos”, diz ela. “Esses detalhes específicos são realmente fundamentais para aplicar essa técnica no futuro, se necessário.”

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