Aliens? Misteriosos sinais estão sendo emitidos de estrela próxima

Felipe Miranda
Concepção artística de Proxima Centauri b, uma dos planetas que orbitam a estrela. (ESO/M. Kornmesser)

Ainda não são alienígenas. Proxima Centauri é a estrela mais próxima do sistema solar que existe. Claro, ainda não é próxima o suficiente para enviarmos uma nave ou algo semelhante. Mas de qualquer forma, 4 anos luz é uma distância extremamente pequena, em termos astronômicos. E bom, sinais de uma estrela próxima trazem, portanto, uma esperança.

Vamos, no entanto, ilustrar a distância. Embora próxima, os humanos são péssimos em viajar rapidamente pelo espaço. Mar localiza-se colado na Terra e levamos 6 meses para chegar até lá. A espaçonave mais distante já lançada pelo ser humano é a Voyager 1, lançada em 1977. Agora, ela se localiza a 150 unidades astronômicas da Terra (uma unidade astronômica é a distância entre a Terra e o Sol). Isso equivale a apenas 0,0024 ano-luz, ou uma fatia de 0,0006 da distância até Proxima Centauri.

Então, quando digo que caçadores de alienígenas captam sinais de alguma estrela próxima, tenha em mente essa noção de proximidade. Ah, e quando dizemos uma estrela, incluímos os planetas que a orbitam.

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Proxima Centauri. (ESA/Hubble & NASA).

Por que o sinal se destacou?

Denominado BLC1, o feixe possui uma frequência na faixa dos 982 MHz, constantemente utilizada por satélites e espaçonaves humanas. “Ele tem algumas propriedades particulares que o fizeram passar em muitas de nossas verificações e ainda não podemos explicar isso”, diz Andrew Siemion, da Universidade da Califórnia sobre o sinal à Scientific American. “Não conhecemos nenhuma maneira natural de comprimir a energia eletromagnética em um único compartimento de frequência”, explica. 

No entanto, embora se pareça com uma tecnoassinatura, não podemos cravar uma origem alienígena. Em novembro de 2020, relatamos uma filtragem que revelou 26 milhões de interferências humanas em um levantamento de dados de “caça aos aliens”. Portanto, precisamos ter certeza que veio do espaço profundo e de que não veio de algum fenômeno natural. O redor da Terra é extremamente poluído com sinais humanos.

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Eles comparam a nova detecção com o sinal Wow! Ele recebeu esse nome pois o astrônomo Jerry Ehman trabalhava em uma análise de dados do radiotelescópio Big Ear em 1977 e notou alguns sinais que se destacavam muito, e pareciam-se com algo de origem inteligente. Então, desacreditado, ele circulou o papel e escreveu “Wow!”.

Sinais de estrela próxima ou um erro?

O novo sinal foi detectado pelo radiotelescópio Parkes, no interior da Austrália. No entanto, ainda não houve uma confirmação por outros radiotelescópios ou sondas apontadas para aquela região. Por isso que, embora já anunciado, eles ainda possuem uma grande cautela em relação ao sinal. 

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O radiotelescópio Parkes em 1969. O equipamento, que já foi modernizado desde então e opera até hoje, ajudou na comunicação com os astronautas da Apollo 11. (CSIRO).

Já se sabe de cara que não é um sinal da Terra, pela forma como as ondas oscilam. No entanto, não deixa de ser humano. Ele ainda pode ter uma origem em sondas espaciais humanas.

Se em algum momento os pesquisadores descartarem uma origem em um satélite de telemetria, ainda há a possibilidade de algum outro corpo ou fenômeno alinhado com a estrela, dando a impressão de que vem de lá. Detectar um sinal já é difícil. Mas encontrar a sua origem e ter certeza dela é algo praticamente impossível. 

Os pesquisadores são de um projeto chamado Breakthrough Listen, que foi criado em 2015 pelo investidor Yuri Milner. Quando Milner o lançou, dez anos atrás, o próprio Stephen Hawking classificou o projeto como “criticamente importante”.

Não precisamos ir muito longe para encontrar criaturas ‘alienígenas’. Você já leu sobre a criatura ‘alienígena’ descoberta em área antiga do fundo do Pacífico?

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