Crocodilos são atraídos pelo choro de bebês primatas

Damares Alves
Imagem: Pixabay

Um novo estudo publicado na Proceedings of the Royal Society B: Biological Science mostrou que crocodilos do Nilo respondem ao som do choro de bebês humanos e de outros primatas.

Em seres humanos e em diversas outras espécies, os pais parecem ter um sexto sentido quando se trata de um bebê chorando. E os choros dos bebês humanos, chimpanzés e bonobos são tão convincentes que até mesmo outras espécies os reconhecem e reagem a eles, incluindo os crocodilos do Nilo. Mas acontece que, para um crocodilo, os choros de um bebê primata podem parecer menos como um pedido de ajuda e mais como um chamado para uma refeição fácil.

Usando gravações de áudio de choros de bebês humanos, chimpanzés e bonobos, os cientistas descobriram que os crocodilos do Nilo não apenas prestavam atenção, mas também reagiam rapidamente ao ouvir o choro dos bebês.

Crocodilos são atraídos pelo choro de bebês primatas
Imagem: Pixabay

Quando os pesquisadores reproduziram os sons de choro, foi observado que alguns crocodilos se aproximavam curiosos e investigavam os alto-falantes da superfície, parando a apenas alguns centímetros dos dispositivos e olhando para eles. Outros se aproximaram dos alto-falantes debaixo d’água e tentaram mordê-los. No entanto, nem todas as reações dos crocodilos pareciam ser predatórias.

O choro de bebês humanos, bonobos e chimpanzés não soam exatamente iguais, porém todos atraíram a atenção dos crocodilos igualmente.

A equipe de pesquisa observou que uma porcentagem maior de crocodilos respondia a sons de choro com mais energia e em frequências sonoras mais altas, bem como sons de choro com algumas irregularidades nos padrões de ondas sonoras. Estas características são associadas a níveis mais altos de angústia.

Não está claro no estudo se esse comportamento foi motivado pelos crocodilos tentando caçar presas vulneráveis ​​ou por algum outro motivo, como confundir o choro dos bebês com o choro de crocodilos jovens. Mas esses resultados dão aos pesquisadores mais informações sobre como esses gigantes reptilianos percebem o mundo.

Compartilhar