O leão-da-caverna, ou Panthera leo spelaea foi uma espécie de felino que viveu entre 370.000 a 10.000 anos atrás. Ainda que extinto, as evidências fósseis e desenhos em cavernas o mostram como um grande felino (maior que os leões modernos), com orelhas arredondadas e uma cauda tufada.
Apesar do nome, eles não viviam próximos às cavernas; o título, no caso, vem do fato deles terem sido desenhados em inúmeras pinturas em cavernas por humanos ancestrais.
Descrição e tamanho
O leão-da-caverna foi o um dos maiores felinos que já pisaram na Terra. De acordo com o tamanho médio dos espécimes fósseis, eles tinham cerca de 1,5 m de altura e 3,5 m de comprimento. Seu peso corporal girava em torno de 400 kg.
Ele era cerca de 33% maior que os leões modernos, e provavelmente maior que outros felinos extintos, como o tigre siberiano.
Diferentemente dos leões, o leão-da-caverna não tinha uma juba. Ao invés disso, possuía uma pelugem densa, como a do tigre siberiano moderno.
Eles também tinham listras fracas na cor da parte superior do corpo, provavelmente variando de cinza ocre a marrom ocre escuro. O resto do corpo provavelmente tinha uma cor acastanhada clara.
O leão-da-caverna ainda tinha 20 garras afiadas e retráteis em cada pata, e sua mordida tinha o dobro da força da mordida de um leão moderno. Sua estrutura corporal possivelmente também lhe dava alta velocidade, podendo correr a até 48 km/h.
Dieta: o que o leão-da-caverna comia?
Cientistas acreditam que, assim como seus parentes modernos, o leão-da-caverna era um carnívoro. Eles possivelmente caçavam herbívoros da época, como cavalos, bisões, veados e javalis.
Em muitas pinturas os leões da caverna são retratados como caçadores em bando, num estilo similar ao das leoas modernas. Eles possivelmente também caçavam presas menores, e deviam matar suas presas com uma poderosa mordida na parte posterior do pescoço, garganta ou tronco.
Ainda que fossem velozes, a maioria das suas presas era ainda mais, o que significa que eles provavelmente precisavam caçar de maneira furtiva e criando armadilhas.
Habitat: onde e quando viveram?
O leão-da-caverna eurasiano foi um dos predadores mais ferozes durante o Pleistoceno tardio. Acredita-se que eles viveram entre 370.000 a 10.000 anos atrás. Esses grandes felinos ocupavam um vasto território, na Eurásia, Alaska e algumas partes no noroeste do Canadá.
Eles eram adaptáveis a diferentes habitats, mas possivelmente preferiam pastagens e florestas coníferas.
Ameaças e predadores
Como muitos restos fósseis intactos foram encontrados em habitats de ursos das cavernas, acredita-se que o leão-da-caverna também caçava ursos hibernando. Contudo, muitos desses encontros não funcionavam a favor do leão, como indicam os vestígios fósseis.
Alguns artefatos arqueológicos sugerem que a espécie foi usada em rituais religiosos de homens do Paleolítico, e que possivelmente eram caçados pelos hominídeos.
Extinção: quando eles morreram?
É difícil determinar com precisão a causa da extinção do leão-da-caverna, que possivelmente ocorreu há cerca de 12.000 anos. Contudo, os especialistas acreditam que a população dessa espécie provavelmente se reduziu devido à redução severa na população da sua presa.
Alterações no habitat também podem ser uma justificativa. Acredita-se que a diminuição do espaço nas florestas a medida que o clima esquentava fez com que os leões fossem para locais mais abertos, colocando uma pressão significativa na espécie.
Outra teoria aponta a migração humana para a Europa; com ambas as espécies competindo pela mesma presa, o leão-da-caverna não conseguiu acompanhar o ritmo.