Axolote

Elisson Amboni
Imagem: Paul Starosta/Getty Images

Os axolotes, cientificamente chamados de Ambystoma mexicanum, são um tipo especial de salamandra que possui uma característica única: eles nunca passam pelo processo de metamorfose. Ao contrário da maioria das salamandras, que se transformam em adultos e vivem em terra firme, os axolotes mantêm uma forma juvenil durante toda a vida. Esse fenômeno é conhecido como neotenia ou pedomorfismo.

Os axolotes têm brânquias externas babadas, o que lhes permite respirar debaixo d’água ao longo do ciclo de vida. Ao contrário dos girinos, eles se tornam sexualmente maduros e podem reproduzir-se sem passar pela metamorfose completa. Além disso, possuem pulmões para respirar ar e também conseguem absorver oxigênio através da pele.

Por que os axolotes evoluíram dessa maneira?

Acredita-se que a evolução do ciclo de vida incomum dos axolotes esteja relacionada ao seu ambiente natural e aos recursos disponíveis. Em condições adversas na terra, permanecer na água garante uma maior chance de sobrevivência.

Portanto, ao longo do tempo, os axolotes desenvolveram a capacidade de amadurecer sexualmente antes de passar pela metamorfose. Essa adaptação permitiu que mantivessem suas características aquáticas, facilitando sua sobrevivência.

Onde os axolotes vivem?

Os axolotes são nativos dos lagos e pântanos no sul da Cidade do México, especialmente no Lago Xochimilco e no Lago Chalco, embora esses locais tenham sido drasticamente reduzidos devido a drenagem para controle de inundações. Agora, os axolotes estão confinados aos canais desses lagos e possivelmente ao terceiro lago, Chapultepec.

Além disso, existem populações cativas de axolotes em zoológicos, laboratórios e como animais de estimação. Os axolotes selvagens têm uma coloração marrom-acinzentada manchada, mas também existem variantes albinas que são branco-rosadas. Essa coloração atrativa é desejável no comércio de animais de estimação e foi alcançada através da seleção seletiva.

Como os axolotes se alimentam e quanto tempo vivem?

Os axolotes são predadores vorazes em seu habitat natural. Eles se alimentam de uma variedade de presas, incluindo moluscos, vermes, larvas de insetos, crustáceos e até mesmo alguns peixes pequenos. Em média, eles podem viver de 10 a 15 anos na natureza e atingir cerca de 30 centímetros de comprimento.

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Um axolote se alimentando de larvas. Imagem: Shutterstock

A incrível regeneração dos axolotes

Uma das características mais fascinantes dos axolotes é sua habilidade de regenerar partes do corpo. Assim como outras espécies de salamandras, eles possuem a capacidade única de regenerar membros, olhos e até mesmo partes do cérebro. Os cientistas estão estudando intensamente essa característica para entender os mecanismos envolvidos na regeneração.

Embora ainda haja muito a ser descoberto, pesquisas indicam que os axolotes podem ativar genes relacionados ao desenvolvimento embrionário quando ocorrem lesões. Esses genes direcionam o crescimento e a formação de novos tecidos nas áreas danificadas. A compreensão desse processo pode ter implicações significativas no campo da medicina regenerativa.

Ameaças e conservação

Infelizmente, os axolotes estão em perigo crítico de extinção em seu habitat natural, sendo listados como Criticamente Ameaçados na Lista Vermelha da IUCN. A redução do habitat devido à urbanização e poluição dos lagos tem impactado negativamente suas populações selvagens.

Esforços de conservação estão sendo realizados pelo governo mexicano e por grupos locais para restaurar o habitat dos axolotes, incentivando práticas agrícolas tradicionais que proporcionem condições favoráveis para esses animais.

Não podemos ignorar a importância cultural dos axolotes no México. Eles são símbolos da cultura mexicana antiga e até mesmo aparecem na nota de 50 pesos, reconhecida internacionalmente como nota do ano pela International Bank Note Society.

Em conclusão, os axolotes são criaturas fascinantes que desafiam as convenções evolutivas com sua forma juvenil permanente, habilidade de regeneração e importância cultural. No entanto, seu futuro está ameaçado e é necessário tomar medidas para preservar esses animais únicos e seus habitats naturais.

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