Até um século atrás, existiam cerca de 100 rinocerontes brancos do Sul (Ceratotherium simum simum). Felizmente, o número tem aumentado cada vez. De acordo com a última contagem, existem mais de 22 mil indivíduos habitando o planeta nesse momento. Porém, esse sucesso não contempla a todas as espécies, mas sim, englobando somente a subespécie de rinoceronte brancos do sul. Em relação aos rinocerontes brancos do Norte (Ceratotherium simum cottoni), o último macho veio a óbito em 2018, restando somente duas fêmeas, as últimas de sua espécie.
Há salvação para a espécie dos rinocerontes brancos do Norte?
Graças as novas tecnologias, existe sim uma esperança para que essa raça não seja extinta totalmente da face da Terra. Com a fertilização in vitro (FIV), as duas últimas fêmeas que restaram podem dar continuidade, evitando assim a extinção. Isso só será possível devido ao fato que foi congelado o esperma do último macho que havia dessa espécie.
O procedimento será desenvolvido pelos cientistas da Universidade de Oxford, no qual intitularam como “Projeto de Fertilidade Rhino”. Para os testes iniciais, serão utilizados tecidos retirados de ovários de fêmeas já falecidas, afim de preservar ao máximo possível, os tecidos das últimas duas fêmeas restantes.
O plano inicial é criar inúmeros óvulos para tentar múltiplas fecundações, para tentar salva a espécie de rinocerontes brancos do Norte. Em 2019, uma equipe liderada pelo professor Thomas Hildebrandt, obtiveram sucesso ao realizar a coleta dos ovos das últimas duas sobreviventes.
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Dessa forma, as fêmeas foram tratadas com hormônios, e os óvulos produzidos foram levados para um laboratório, afim de serem fertilizados com os espermas congelados. Apesar de ser uma técnica já utilizada em vacas e éguas, existe uma barreira no procedimento. A fêmea só consegue produzir poucos ovos durante um ciclo, e as chances de a fertilização funcionar na primeira tentativa, são baixas.
A embriologia dos rinocerontes in vitro
Gerar bebês rinocerontes nessas condições já é bastante complicado, tudo fica ainda mais complexo devido a baixa produção de ovos pela fêmea. O procedimento é realizado a partir dos folículos ovarianos imaturos, onde é possível verificar a presença de um oócito. O tempo vai passando, até que seja o momento certo para que a ovulação aconteça.
Nesse momento, nem todos os folículos serão utilizados e, portanto, acabam sendo perdidos durante a fase de seleção. Como as fêmeas não entram na menopausa, os folículos dos animais mais velhos ainda são gerados, e continuam servindo para que ocorra a ovulação.
Para os pesquisadores, a técnica in vitro pode ajudar a salvar as outras espécies de rinocerontes que também estão em extinção, sendo elas os raros indivíduos restantes de Javan e Sumatra. No procedimento estão sendo utilizados tecido ovariano rinoceronte branco do Sul, indiano e preto, na tentativa de preservar ao máximo possível, as duas últimas fêmeas que restaram da espécie.
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Caso obtenham sucesso no procedimento, os animais que estão listados como espécie ameaçadas de extinção possuem uma chance de voltarem a povoar seu habitat com mais segurança. Para isso, basta congelar os espermatozoides e óvulos desses animais e tentar usá-los aplicando essa mesma técnica. Assim, as duas fêmeas de rinocerontes brancos do Norte podem ser a salvação de sua espécie e de outras que estão na mesma situação.
Com informações do The Conversation e Live Science.