Cinco animais com hábitos estranhos e aterrorizantes

Cristina Dyna
(Mosca zumbi - Wikimedia commons)

A natureza tem uma diversidade de animais com diferentes comportamentos para a sobrevivência. No entanto, há animais com hábitos tão estranhos e assustadores que poderiam ser encontrados como personagens de filmes de terror. Entretanto, existem explicações para esses comportamentos. Dessa forma o texto a seguir mostra seis espécies de animais que possuem comportamentos muito estranhos.

Tentilão vampiro, o pássaro drácula

Nos contos de terror e bruxaria é comum encontrar a figura do Drácula, criatura vampiresca que suga o sangue de outros seres. Essa figura muitas vezes é associada a algumas espécies de morcegos que se alimentam do sangue de outros animais (morcego vampiro), por outro lado a maioria das espécies de morcegos serem frutíferas.

Entretanto existem outros animais com hábitos estranhos como dos morcegos vampiros. Um pequeno pássaro que vive apenas nas ilhas Galápagos (endêmico) tem um comportamento bem bizarro. A espécie Geospiza difficilis possui três subespécies, sendo uma delas chamada de “tentilhão vampiro”. Essa subespécie vive em ilhas menores e mais isoladas com poucos recursos de água e alimentos.

4941909090 c348129fa0 o
(Tentilhão vampiro (Geospiza difficilis) / Greg Lasley – FLickr)

Os tentilhões vampiros possuem bicos bastante afiados, os quais utilizam para cortar as asas de outros pássaros. As principais vítimas desses “vampiros” são aves marinhas que procuram as pequenas ilhas para porem seus ovos, como os atobás (Sula sula ou Sula grantis). Como resultado o pássaro drácula perfura a base das asas dos atobás e lambe o sangue que escorre. Posteriormente outros tentilhões vampiros correm para esperarem a sua vez de beber o sangue também. Esse é o único pássaro que se conheça que tem esse comportamento.

Ratos-toupeira-pelados invadem colônias vizinhas, roubam filhotes e os escravizam

9106520647 48f454ee75 e
(João Batista/Flickr)

Ratos-toupeira-pelados (Heterocephalus glaber) são roedores com quase nenhum pelo e visão que vivem em galerias subterrâneas na região do Quênia. Esses animais se organizam em sociedades como as formigas e abelhas, por exemplo. Além disso, suas colônias podem ter até 300 indivíduos organizados em rainha, operários, soldados, enfermeiras e reprodrutores.

O mais importante desses animais é que possuem dentes pontiagudos para cavar e atacar colônias menores vizinhas para aumentar seus territórios e garantir alimentos. Os soldados de uma colônia grande atacam uma colônia menor expulsando violentamente os adultos e sequestrando os juvenis, que serão posteriormente os novos escravos da colônia. Por outro lado apenas os jovens com menos de duas semanas são sequestrados. Em conclusão, cientistas acreditam que esse comportamento tem como objetivo ter mais invasores no exército e aumentar a diversidade genética ao cruzarem com a rainha.

Pepinos-do-mar com órgãos para fora

Os pepinos-do-mar são seres peculiares que vivem no fundo do mar. Esses animais que pertencem ao filo dos equinodermos costumam eliminar toxinas no ambiente para espantar os seus predadores. Entretanto as vezes essas toxinas não são suficientes e eles precisam utilizar outro recurso.

pepino do mar
(Pepino-do-mar – Wikimedia commons)

O pepino-do-mar joga seus órgãos, como gônodas, sistema respiratório e digestório, para fora do corpo. O mais importante dessa estratégia é gerar rejeição nos predadores mais perigosos. No entanto, para realizar essa estratégia o pepino-do-mar amolece seu tecido conjuntivo e sua pele. Como resultado consegue contrair seus músculos e eliminar os órgãos na água pela boca (Dendrochirotida) ou pelo ânus (Holothuriida).

Acima de tudo esse comportamento não causa a morte desses animais. Por outro lado o pepino-do-mar só consegue regenerar seus órgãos após 2 a 4 semanas.

Veados que comem ossos humanos

Os veados são animais considerados essencialmente herbívoros adoráveis. No entanto alguns cientistas desconfiavam que estes animais comessem ossos de outros animais. Então um registro assustador ocorreu durante a realização de um estudo.

Segundo o Futura Science o Instituto de Antropologia Forense em San Marcos, Texas, fez um experimento com um corpo humano. Para esclarecer, o propósito foi colocar um cadáver em uma floresta para registrar quais animais se interessariam na carne. Como resultado, após 182 dias, a câmera fotográfica registrou dois veados mastigando costelas humanas.

veado comendo osso
(Veado comendo osso humano / Lauren A. Meckel et al.  – Journal of Forensic Science)

Apesar de assustador a explicação para o comportamento dos veados é bastante simples. Durante o inverno muitos recursos alimentares diminuem, ou seja, a alimentação fica insuficiente. Consequentemente os veados podem apresentar deficiências de alguns nutrientes, como os minerais que estão presentes também em ossos. Dessa forma é importante observar que os ossos que os veados roem são os mais secos e fáceis para poder extrair os minerais que precisam.

Por outro lado vale destacar que os veados não são os únicos a terem esse comportamento. O hábito de roer ossos já foi registrado em outros animais herbívoros, como girafas e roedores.

A cobra Kukri devora as vísceras de sapos ainda vivos

Normalmente cobras comem sapos engolindo-os inteiros. Entretanto a asiática cobra kukri (Oligodon sp.) tem uma outra forma de se alimentar de sapos. Elas mergulham suas cabeças nas cavidades abdominais dos sapos e comem seus órgãos enquanto os sapos ainda estão vivos, deixando o resto do cadáver intocado. Esse banquete doloso pode durar horas.

cobra come sapo
Uma cobra kukri com a cabeça inserida pelo lado direito do abdômen de um sapo asiático com manchas pretas, a fim de extrair e comer os órgãos. Crédito da foto: Winai Suthanthangjai

A explicação para esse comportamento estranho é simples: os sapos que as cobras kukri se alimentam são venenosos (Duttaphrynus melanostictus). Portanto, consumir os sapos venenosos dessa forma evita que as cobras kukri tenham contato com o veneno desse sapo.

Bônus – Os fungos zumbis, que embora não sejam exatamente animais, não poderiam ficar de fora dessa lista assustadora

A ciência descobriu que além de micoses, alimentos e alucinógenos os fungos podem parasitar alguns animais e transformá-los completamente. Os fungos chamados de zumbis podem invadir formigas, moscas e cigarras. Eles são capazes de invadir o cérebro desses insetos e destruí-los aos poucos.

Nas formigas eles penetram em seus corpos e se alimentam de seus músculos. O fungo zumbi de formigas (Ophiocordyceps laralis) atinge o cérebro e a mandíbula da formiga controlando todos seus movimentos. Além disso, no final da vida da formiga, esses parasitas fazem com que elas subam em locais altos para liberarem os esporos e garantirem sua reprodução. Depois que morrem os fungos zumbis continuam crescendo dentro do cadáver dessas formigas.

animais com hábitos estranhos
(Formiga infectada com fungo zumbi – Documentário BBC)

Quando moscas entram em contato com os esporos de fungos zumbis de moscas (Entomophthora muscae) eles começam a crescer nos órgãos das moscas e se alimentarem deles. Enquanto isso esses fungos eliminam substâncias nas moscas que controlam o seu comportamento. Posteriormente ele faz com que o animal se direcione a lugares altos para morrer e ficar preso no local para poder sair e infectar outros hospedeiros.

animais com hábitos estranhos
(Mosca zumbi – Wikimedia commons)

Os fungos zumbis de cigarras (Masspora cicadina) as infectam ao emergirem do solo depois de anos. Eles destroem os corpos das cigarras parasitadas e controlam suas mentes. Como resultado obrigam as cigarras a reproduzirem mesmo depois de seus corpos estarem em estado de morte.

Compartilhar