Laboratório está cultivando leite sem lactose para combater crueldade em animais

Rafael D'avila

O leite sem lactose se tornou popular nas prateleiras dos mercados, pois a intolerância ao açúcar do leite pode ser mais comum do que imaginamos. Conforme o portal UOL divulgou, cerca de 60% a 70% da população apresenta algum nível de dificuldade em ingerir a lactose.

Por outro lado, as vacas passam por um processo dolorido para ‘oferecer’ leite suficiente ao consumidor, então, uma empresa na Califórnia está tentando combater essa triste realidade. O ‘Perfect Day’, é uma linha de produtos a base de leite cultivados em laboratório, o que inclui sorvetes, iogurtes e o leite sem lactose.

Vários departamentos e lojas dos Estados Unidos estão embarcando na ideia para combater as questões ambientais e de bem-estar desses mamíferos. De acordo com aqueles indivíduos que usam os produtos, eles são tão bons quanto os fabricados com ‘leite original’.

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Intolerância à lactose é um problema comum entre as pessoas. Imagem: Divulgação/ Rehagro

As pessoas estão dispostas a tomar leite sem lactose de laboratório?

Todavia, essa preocupação não se restringe apenas ao leite, os laboratórios estão cultivando outros alimentos de origem animal. Em Cingapura, por exemplo, é possível encontrar restaurantes renomados que têm no cardápio pratos à base de frango produzido em laboratório. Na linha ‘Perfect Day’, o foco está nos laticínios, principalmente no leite sem lactose, pela alta demanda dos últimos anos.

Tudo começou em 2014, quando Perumal Gandhi e Ryan Pandya, os donos da empresa, receberam uma enorme quantidade de interesse por produtos lácteos sem o envolvimento de animais. Foi então que dois anos mais tarde, eles começaram a trabalhar o processo de fermentação na empresa, que enfrentou diversas etapas de aprovação.

Leite sem lactose produzido em laboratório
Leite produzido e laboratório. Imagem: SageElyse/iStock

Para criar o leite sem lactose, eles recorrem aos métodos já comprovados de produção em condições laboratoriais. Os responsáveis colhem os genes das vacas (com auxílio de um cotonete, de forma indolor) e introduzem nos fungos, que crescem rapidamente. Os grandes tanques de fermentação cheios de fungos produtores de proteína do leite, geram altas quantidades do produto com rapidez e eficiência.

Não há nenhuma estimativa de quando esses alimentos de laboratórios serão distribuídos em escala global, porque, sobretudo, é preciso convencer a população sobre essa alternativa. Os resultados de um estudo idealizado na Austrália, apontou que 72% dos jovens da ‘Geração Z’ consideram desagradável e até mesmo nojenta a ideia de comer carne de laboratório.

A Geração Z é formada por indivíduos de até 24 anos, e mesmo eles afirmando que se preocupam com o meio-ambiente, não querem experimentar carnes, frangos, leite sem lactose e nada que não venha dos bichos.

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