As aves são um tipo de dinossauro. A ideia pode parecer um tanto estranha, já que os animais pequenos e plumados que conhecemos hoje se parecem muito pouco com a imagem clássica de dinossauros gigantes com aparência reptiliana. Contudo, hoje em dia, o debate é mais sobre os detalhes. A forte evidência não vem apenas de ossos fossilizados e semelhanças encontradas no esqueleto, mas de tecidos moles fossilizados, em especial as penas.
As primeiras evidências da existência dos dinossauros sugeriam animais robustos e enormes, provavelmente muito parecidos com crocodilos. Todavia, essa imagem foi pintada pelas informações que a tecnologia da época conseguia detectar. Não por acaso a palavra dinossauro significa “lagarto terrível”. Hoje, novos dados e fósseis altamente conservados mostram que os dinossauros tinham muitas características impensáveis até algumas décadas atrás. As penas, por exemplo, são uma destas características. Conforme novas descobertas apareceram, a comunidade científica percebeu e descobriu que, na verdade, as penas eram provavelmente muito comuns nos dinossauros terópodes (grupo que originou as aves, como veremos à frente).
Além disso, fósseis mostram diversas outras similaridades entre aves e dinossauros. Por exemplo, paleontólogos descobriram o fóssil de um ovo de dinossauro, do qual o filhote tinha uma postura muito parecida com a das aves modernas dentro do ovo.
Acredita-se que a maioria dos dinossauros tinham sangue quente, ou pelo menos um estágio intermediário de endotermia. Ou seja, mais uma característica mais próxima das aves do que dos répteis.
O ramo das aves na árvore evolutiva dos dinossauros
Como comentado acima, as aves são uma ramificação do grupo dos terópodes. Esse grupo, por conseguinte, é uma subordem de animais bípedes que podiam ser carnívoros ou onívoros. Dentro dos terópodes temos dinos como o T. rex ou os Velociraptors.
Dinossauros, de forma geral, pertencem à superordem Dinosauria, que se divide nas duas ordens Saurischia e Ornithischia. Estas duas últimas, ainda têm ramificações denominadas subordens, e os terópodes são uma subordem de Saurischia.
Vale lembrar que todos estes agrupamentos se baseiam em anos de pesquisa e coleta de dados acerca de semelhanças morfológicas, comportamentais e genéticas (quando possível) destes animais.
As aves, portanto, surgiram há 150 milhões de anos aproximadamente a partir de ancestrais plumados como o Archaeopteryx. Estes foram alguns dos primeiros dinossauros a terem fósseis encontrados com penas, e provavelmente planavam de árvore em árvore.
Vale também comentar que os pterossauros não são dinossauros, mas sim reptilianos voadores mais distantes evolutivamente dos dinossauros.
Por que as aves não acabaram extintas com os dinossauros?
Ok, existe pouco debate sobrando para definir se as aves são ou não dinossauros. O consenso é que elas são. Contudo, neste ponto a leitora ou leitor pode se perguntar sobre a extinção dos dinossauros. Afinal, há 65 milhões de anos, um meteoro do tamanho do Monte Everest atingiu a península do México e acabou com a maior parte da vida na Terra.
Alguns fatores, nesse sentido, podem ter ajudado as aves a sobreviver à catástrofe que atingiu o planeta:
Primeiro, animais menores tiveram menos chances de morrer por conta do asteroide. Isso porque a superfície do planeta ficou extremamente desolada e seca nos anos que seguiram o impacto do asteroide. Deste modo, animais que dependiam de menos recursos (quantidades menores de comida e água) acabaram com mais facilidade de se nutrir.
Isso porque as grandes florestas e campos majoritariamente morreram devido às nuvens de detritos e poeira que encobriram a luz do sol.
Em segundo lugar, as aves já podiam voar quando o meteoro chegou. Ou seja, era muito mais fácil para elas se evadirem de ambientes que estavam sob risco. Vulcões e incêndios foram riscos constantes no período subsequente ao cataclismo, e muitos animais lentos podem ter perecido por não poder fugir rapidamente.
Por fim, as aves têm uma dieta mais variada do que a maioria dos seus primos gigantes. De forma geral, elas podem comer sementes, ervas, insetos, plantas e até mesmo peixes. Grandes herbívoros como os triceratops só comiam gramíneas e samambaias e os tiranossauros morreram assim que suas poucas presas pereceram também.
Um grupo altamente diverso
Após o sumiço repentino de seus primos dinossauros, as aves tiveram uma boa margem evolutiva para se diversificar. Isso, evidentemente, depois que as condições no planeta voltaram a ficar mais amenas.
Hoje, portanto, as aves são alguns dos animais mais diversos do planeta, com mais de 11.000 espécies cientificamente conhecidas. Não obstante, estimativas recentes mostram que podem existir 50 bilhões de aves selvagens voando por aí.
Com toda essa diversidade, estes animais têm as mais diversas características, especializadas para seus nichos e ambientes dos mais variados. Existem aves, por exemplo, em todos os continentes, incluindo a Antártica.