Por mais que o casamento entre membros da família real fosse uma prática comum entre os antigos governantes da Europa, a família Habsburgo conseguiu levar essa prática a outro nível, tanto que a sua linhagem ficou marcada por deformações e doenças que foram passadas a cada geração, sendo que a mais famosa delas é a mandíbula de Habsburgo.
Com o objetivo de manter o reinado somente entre os membros da família, eles se mantiveram no poder durante 184 anos com um total de nove casamentos consanguíneos.
As origens da família
A família Habsburgo tem origem alemã, e governou a Áustria no final do século XIII. Eles chegaram na Espanha em 1496, com o casamento de Filipe I da família Habsburgo, e Joana de Castela, herdeira do trono da Espanha.
Filipe I conseguiu assumir o trono após décadas de disputas políticas, e o seu filho Carlos V iniciou o reinado da família na Espanha em 1516, onde os casamentos consanguíneos começaram a surgir com o objetivo de manter a família forte e dentro da monarquia espanhola.
A famosa mandíbula de Habsburgo
Os casamentos incestuosos que tiveram após o reinado de Carlos V foram responsáveis por trazer diversos traços físicos peculiares aos membros da família, sendo que o mais famoso foi a sua exótica mandíbula.
Segundo os médicos, a condição que eles tinham era uma protusão na mandíbula inferior, que poderia ser maior e criar uma mordida que afetaria ao fechar a boca e falar.
O membro mais famoso da família Habsburgo, porém sem ser da vertente espanhola, foi Maria Antonieta da França. Embora fosse conhecida por sua beleza, ela possuía um lábio inferior maior que foi transmitido pela família.
Porém, Maria Antonieta pode desfrutar de uma vida mais fácil se comparada a outros membros da família Habsburgo como o Carlos II, que foi o último membro oficial da família.
O fim da família e do reinado na Espanha
Carlos II, também chamado de El Hechizado, que significa “o azarado”, era filho de Filipe IV, que se casou com a sua sobrinha, se tornando pai e tio-avô de Carlos II.
Ele possuía uma mandíbula tão avantajada que tinha dificuldades para comer e falar, tanto que ele não falava até os quatro anos. Além disso, era mais baixo e fraco, e possuía deficiência mental junto com problemas intestinais.
Carlos II herdou séculos de genes defeituosos por conta dos casamentos consanguíneos, fazendo com que ele fosse infértil. Em 1700, quando tinha 38 anos, o último herdeiro da família Habsburgo veio a falecer.
Estudo comprova origens da mandíbula de Habsburgo
Em dezembro de 2019, pesquisadores publicaram o primeiro estudo que comprova a ligação da mandíbula de Habsburgo à consanguinidade.
No estudo, cirurgiões faciais avaliaram os retratos de membros da família para examinar o grau de deformidade. Depois, foi analisada a árvore genealógica e sua genética para verificar se o grau de parentesco contribuia para a deformidade.
Dessa forma eles conseguiram mostrar a relação clara que existia entre a consanguinidade e a aparência da mandíbula de Habsburgo.