A “Ilha de Ouro” tem seus tesouros descobertos por mergulhadores indonésios

Letícia Silva Jordão
Imagem: Wreckwatch magazine

Durante uma prática de mergulho noturno no Rio Musi na ilha de Sumatra que fica na Indonésia, foram descobertos contas, anéis de ouro e outros artefatos que pertenceram ao Império Srivijaya, também conhecido como “Ilha de Ouro”, pelas suas riquezas incalculáveis.

A famosa Ilha de Ouro foi uma civilização antiga muito importante, que controlava o comércio marítimo em grandes regiões da Ásia durante os séculos VII e XI dC. Como o reino era rico em ouro, eles usavam isso de forma estratégica para construir relações mais prósperas com a China e outras potências.

Além do comércio, Srivijaya também financiou a construção de templos e mosteiros budistas na Índia, China e Java. Porém a civilização desapareceu no século IV, deixando para trás vestígios de sua riqueza que hoje são encontrados por mergulhadores.

Artefatos extraordinários que surgiram na Ilha de Ouro

Segundo o arqueólogo britânico Sean Kingsley, nos últimos cincos anos, diversos artefatos da civilização Srivijaya surgiram. Dentre eles tem moedas de todos os períodos, ouro, pedras preciosas e estátuas budistas, isso para citar alguns.

A estátua budista descoberta entre os artefatos é uma obra que chamou a atenção dos pesquisadores. Ela foi feita em tamanho real e coberta por pedras preciosas, espelhos, sinos de templo, jarras de vinho e flautas em formato de pavão.

Entretanto, por mais que o Império Srivijaya tivesse sido muito grande, os arqueólogos ainda não encontraram vestígios relacionados a templos, cortes reais ou outras estruturas.

A suspeita é de que vulcões da ilha tenham coberto algumas construções da época, ou que a cidade tenha sido construída em estruturas de madeira sobre jangadas que flutuavam no rio, mas que foram apodrecendo com o tempo.

As descobertas no local foram feitas por amadores

Segundo Kingsley, nenhuma escavação arqueológica oficial foi conduzida na região ou dentro do Rio Musi, sendo que todas as descobertas feitas até agora foram realizadas por mergulhadores da região.

Os artefatos estão sendo encontrados desde 2011, quando vários objetos foram descobertos durante uma construção por trabalhadores. Desde então, a região ganhou fama e diversos mergulhadores vão explorá-la a fim de encontrar alguma peça.

Por conta disso, muitos artefatos foram parar em diversos lugares diferentes. Muitos deles apareceram no mercado de antiguidades, enquanto outros foram parar em coleções particulares, o que deixa poucas evidências físicas sobre a civilização da famosa Ilha de Ouro.

Kingsley diz que “estamos começando no marco zero. É como entrar na ala de um museu e está completamente vazio. As pessoas não sabem que roupas as pessoas de Srivijaya usavam, quais eram seus gostos, que tipo de comida gostavam de comer, nada. Não sabemos nada sobre eles na vida ou na morte”.Esse empecilho nas descobertas faz com que a história da ascensão e queda da Ilha de Ouro esteja morrendo sem poder ser contada corretamente para as gerações futuras. A Indonésia já impôs uma moratória na arqueologia subaquática em 2010, que diz sobre o resgate comercial de patrimônio cultural.

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