Na busca por soluções de energia renovável, especialmente para comunidades fora da rede elétrica, surgiu uma inovação revolucionária: WaterLight. Esse dispositivo revolucionário, concebido pela startup colombiana de energia renovável E-Dina, em parceria com a agência Wunderman Thompson, transforma a maneira como pensamos sobre a geração e o consumo de energia em áreas remotas.
No centro da funcionalidade do WaterLight está sua capacidade de converter água salgada em eletricidade. O dispositivo requer apenas 500 mililitros de água do mar – ou urina em cenários de emergência — para gerar energia. Essa abordagem inovadora aproveita os recursos naturais disponíveis em regiões costeiras e áreas remotas, fornecendo uma fonte de energia consistente e confiável.
Design e a ciência que alimenta o WaterLight
O WaterLight gera eletricidade através da reação química entre eletrólitos e placas de magnésio e cobre. Este processo patenteado mantém a energia por muito tempo, tornando o dispositivo uma fonte renovável e duradoura de luz.
Além da eficiência, o design do WaterLight foca na sustentabilidade. Construído com madeira de Urapán, o aparelho possui um circuito na base e uma tampa superior que permite o abastecimento de água e a saída de gás hidrogênio.
“O WaterLight pode ser mais eficiente do que as lanternas de energia solar porque se regenera instantaneamente”, disse Pipe Ruiz Pineda, diretor-executivo de criação da Wunderman Thompson da Colômbia, à revista Dezeen.
“Uma vez cheio de água, o fornecimento de energia é imediato, enquanto as lanternas solares precisam transformar a energia solar em energia alternativa para carregar as baterias e só funcionam se houver sol.”
O uso inovador da água salina, que pode ser reutilizada, e a reciclabilidade do produto também ajudam na preservação ambiental.
Aplicações práticas e impacto
A inovação do WaterLight revolucionou a vida dos Wayuu, uma tribo indígena da Venezuela e Colômbia. Este dispositivo permite que a comunidade também trabalhe à noite e fornece energia estável.
O design do WaterLight reflete a cultura Wayuu. Ele apresenta padrões tradicionais e tiras tecidas à mão, harmonizando com o cotidiano tribal.
“Os artesãos Wayúu fizeram as tiras com suas próprias mãos”, disse Pineda.
Mais que iluminar, o WaterLight carrega celulares e pequenos aparelhos via USB. Ele se tornou essencial em áreas sem eletricidade.
Potencial global e expansão futura
O objetivo do WaterLight é atender às necessidades de energia das 840 milhões de pessoas que vivem sem eletricidade em todo o mundo. Suas possíveis aplicações em regiões como Síria, Serra Leoa e Somália são imensas, principalmente devido ao acesso ao litoral e à falta de uma rede elétrica abrangente.
Embora projetos semelhantes, como o Little Sun, de Olafur Eliasson, e o projeto Loon, do Google, tenham feito avanços na área de energia renovável, o WaterLight se destaca por sua tecnologia exclusiva e pelo foco no uso da água do mar como fonte de energia.