Templo submerso revela tesouros e segredos antigos na costa do Egito

SoCientífica
Imagem: Christoph Gerigk/Franck Goddio/Hilti Foundation

Em uma notável expedição arqueológica subaquática liderada pelo renomado arqueólogo marinho francês Franck Goddio, novos “tesouros e segredos” foram descobertos no local de um templo afundado na costa mediterrânea do Egito, de acordo com o Instituto Europeu de Arqueologia Subaquática (IEASM).

Segundo o Business Insider, a expedição foi realizada na antiga cidade portuária de Thonis-Heracleion, na Baía de Aboukir, onde ficava um templo para o deus Amun.

A equipe arqueológica concentrou sua investigação no canal sul da cidade, que revelou descobertas surpreendentes. Foram descobertos blocos de pedra maciços do antigo templo, que desmoronou durante um evento cataclísmico em meados do século II a.C.

O templo do deus Amon tinha grande importância, pois servia como o local onde os faraós recebiam seus títulos de poder como reis universais do deus supremo do antigo panteão egípcio.

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Foram recuperados objetos de ouro, joias e um pilar Djed, feito de lápis-lazúli, que é um símbolo de estabilidade. Imagem: Institut Européen d’Archéologie Sous-Marine

Entre as descobertas notáveis estavam objetos preciosos do tesouro do templo, incluindo instrumentos rituais de prata, joias de ouro e delicados recipientes de alabastro usados para perfumes ou unguentos.

Esses artefatos fornecem informações valiosas sobre a riqueza do santuário e a devoção dos antigos habitantes dessa cidade portuária.

O esforço conjunto de escavação da equipe de Goddio e do Departamento de Arqueologia Subaquática do Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito levou à descoberta de estruturas subterrâneas sustentadas por postes e vigas de madeira notavelmente bem preservados que datam do século V a.C.

A sobrevivência desses objetos delicados, apesar do evento cataclísmico, mostra sua resistência e acrescenta um toque pungente à escavação.

Ao lado do templo de Amun, foi descoberto um intrigante santuário grego dedicado a Afrodite.

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Pesquisador investiga a mão de uma estátua. Imagem: Institut Européen d’Archéologie Sous-Marine

Em seu interior, havia objetos de bronze e cerâmica, esclarecendo a presença de gregos que comercializaram e se estabeleceram na cidade durante o reinado dos faraós da dinastia Saïte (664 – 525 a.C.).

Essa descoberta também revelou a presença de mercenários gregos na área, que desempenharam um papel fundamental na defesa do acesso ao reino na foz do braço canópico do Nilo.

Thonis-Heracleion, que já foi o maior porto do Egito no Mediterrâneo antes do estabelecimento de Alexandria por Alexandre, o Grande, agora está no fundo do mar, a aproximadamente 7 quilômetros da costa atual do Egito.

A submersão da cidade foi resultado do aumento do nível do mar, terremotos, maremotos e eventos de liquefação da terra, fazendo com que uma parte considerável do delta do Nilo, com 110 quilômetros quadrados, desaparecesse sob as águas.

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