Uma sala de escravos romanos intacta foi descoberta na Itália

Letícia Silva Jordão
Imagem: Parque Arqueológico de Pompéia

Na antiga cidade romana de Pompéia na Itália, foi descoberto uma sala de escravos romanos que se encontrava em perfeitas condições.

No pequeno local de apenas 16 metros quadrados, foram encontradas três camas de madeira, um penico que era utilizado como banheiro, jarros de cerâmica entre outros itens que pertenciam aos escravos da região.

Também foi encontrado no local uma arca de madeira com arreios de cavalo e um eixo de carruagem. Estes itens em especial podem indicar que os escravos utilizavam o espaço do próprio aposento para realizar alguns trabalhos ao seu mestre.

A sala de escravos romanos

A sala encontrada servia de quarto para um grupo de escravos, e segundo arqueólogos, o seu estado de conservação foi preservado por conta da erupção do Monte Vesúvio em 79 dC, que destruiu a cidade romana de Pompéia.

Dentro do local havia uma janela para iluminação e camas que foram feitas com diversas pranchas de madeira mal trabalhadas, que possivelmente foram ajustadas de acordo com a altura de quem a utilizava. Havia duas camas de 1,7 metros de comprimento e uma de 1,4 metros, sugerindo que poderia ter pertencido a uma criança.

Na sala de escravos romanos ainda foram encontrados vários objetos pessoais como jarras de cerâmica, um penico e oito ânforas, que foram posicionadas para guardar e arrumar pertences pessoais.

Uma pesquisa que se iniciou muitos anos antes

A descoberta da sala faz parte de um conjunto de obras que o Parque Arqueológico de Pompéia está realizando desde 2017, onde outros objetos do passado já foram descobertos no local.

Os arqueólogos que estão realizando as escavações consideram a descoberta da sala de escravos romanos como algo excepcional, e o Diretor Geral Gabriel Zuchtriegel ressalta que a descoberta é “uma janela para a realidade precária de pessoas que raramente aparecem em fontes históricas escritas […] e que, por isso, correm o risco de permanecer invisíveis nos grandes relatos históricos”.

Todos sabemos que a história da humanidade que temos acesso hoje, foi escrita por pessoas da elite, e que por conta disso tem a tendência a mostrar mais esse lado da sociedade, e deixar para trás como era a vida de pessoas mais humildes.

Porém, a descoberta desta sala de escravos romanos nos dá a possibilidade de conhecer mais a fundo a condição de vida de pessoas de outras classes sociais do mundo romano.

Outras descobertas no local

sala de escravos romanos vila
Imagem:Luigi Spina / Reuters

As escavações no Parque Arqueológico de Pompéia estão sendo realizadas na Villa Civita Giuliana, que era uma das muralhas da cidade de Pompéia.

A primeira escavação ocorreu em 2017 e diversas descobertas foram feitas no local, incluindo uma carruagem cerimonial e um estábulo que possuía os restos mortais de três cavalos.

Em novembro de 2020 a equipe de arqueólogos conseguiu criar réplicas de gesso de dois humanos que morreram no local durante a erupção do Vesúvio. Os dois corpos foram considerados como pertencentes a um mestre e um escravo e estavam juntos em uma câmara subterrânea.

A partir de agora a sala de escravos romanos vai ser estudada e analisada para descobrir mais informações sobre como era a vida dos escravos em Pompéia no mundo antigo.

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