Quantos ossos têm no corpo humano?

Ana Luiza Silva
Imagem: Getty Images

O corpo humano adulto é uma estrutura complexa composta por 206 ossos, subdivididos em esqueleto axial e apendicular. O esqueleto axial compreende os ossos ao longo do eixo central do corpo, como crânio e tórax, enquanto o apendicular abrange os ossos dos membros. Dentre esses, 172 ossos formam pares, o que inclui todos os ossos apendiculares e 46 dos ossos axiais. Os ossos que não se apresentam em par são parte vital da estrutura óssea, como certos ossos do crânio, as vértebras, o esterno e o osso hióide.

Fundamentos

O esqueleto humano é uma incrível estrutura de engenharia biológica composta por ossos, cartilagens, ligamentos, tendões e articulações. Ele não apenas dá forma ao corpo e permite movimentos precisos e coordenados, mas também protege órgãos vitais. Ossos oferecem o suporte essencial como se fossem as vigas de um edifício, mantendo a estrutura corporal e garantindo a integridade dos sistemas internos.

Em termos de proteção, a natureza selecionou os ossos como barreiras robustas para órgãos cruciais. Eles encasulam o cérebro com uma resistência exemplar, enquanto envolvem o coração e pulmões, zelando por sua operação ininterrupta. A medula espinhal também repousa dentro de um canal ósseo, protegida contra impactos externos.

Além disso, o tecido ósseo desempenha papéis essenciais menos evidentes. No âmago dos ossos, uma substância amarelada conhecida como medula óssea é o ponto de origem para células sanguíneas – incluindo os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Esta medula também abriga células de gordura, que podem ser mobilizadas conforme necessário. O armazenamento de minerais, predominantemente cálcio e fósforo, é outra função crítica dos ossos, regulando a liberação desses nutrientes no fluxo sanguíneo e mantendo o equilíbrio mineral do corpo.

Componentes do esqueleto humano

O esqueleto axial engloba as estruturas ósseas da cabeça, do pescoço, do peito e das costas. O crânio, por exemplo, é formado por 28 ossos, 22 deles simétricos e 6 únicos, como a mandíbula. A coluna vertebral se constitui de 26 ossos, incluindo 24 vértebras, além do sacro e do cóccix. Essa estrutura central tem a função crítica de proteger a medula espinhal. Protegendo os órgãos vitais torácicos, temos 12 pares de costelas e o esterno, que conecta as costelas na parte frontal. Observa-se ainda o osso hióide posicionado na região anterior da traqueia, sustentado por tecido conjuntivo, sem ligação direta com os demais ossos.

O esqueleto apendicular é composto majoritariamente pelos ossos das mãos e pés, que representam 106 dos 126 ossos apendiculares, e organizam-se em metacarpos ou metatarsos em número de cinco em cada membro, que se ligam aos dedos através dos falanges. Em cada mão existem oito ossos do carpo e cada pé apresenta sete ossos do tarso.

No que concerne à parte superior do corpo, encontramos cinco tipos de ossos pareados que compõem o ombro e o braço. São eles: as escápulas, clavículas, úmeros e os ossos do antebraço — ulnas e rádios. Na porção inferior, a estrutura pélvica inclui o conjunto ílio, ísquio e púbis, além do fêmur, a patela e os ossos da tíbia e fíbula, que estruturam a perna.

Desenvolvimento inicial do esqueleto

O crânio humano, uma estrutura complexa formada por múltiplos ossos, não se apresenta completamente fundido ao nascimento. A natureza permitiu que as placas ósseas do crânio mantivessem certa maleabilidade, facilitando o parto ao permitir a passagem da cabeça do bebê pela pelve, reduzindo o risco de lesões. O cérebro dos bebês humanos, desproporcionalmente grande comparado a outros mamíferos, exige adaptações no desenvolvimento gestacional e obstétrico. As áreas conhecidas como fontanelas, tecido conectivo flexível sobre a cabeça de um recém-nascido, viabilizam o crescimento contínuo do cérebro durante os primeiros anos de vida.

Em uma proporção aproximada de um caso a cada 2.000 nascimentos, e com maior incidência em meninos, pode ocorrer uma fusão precoce das suturas cranianas, uma condição denominada craniossinostose. Felizmente, existe a possibilidade de intervenção cirúrgica breve após o nascimento, providenciando o desenvolvimento cerebral adequado e formação do crânio próxima do normal.

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