Planetas do Sistema Solar: quantos e quais são

Adriana Tinoco
Imagem: Pixabay

Desde a descoberta de Plutão em 1930, as crianças crescem aprendendo que o sistema solar possui nove planetas. Contudo, isso mudou no final dos anos 90, quando os astrônomos começaram a discutir se Plutão era realmente um planeta ou não. Em uma decisão altamente controversa, a União Astronômica Internacional finalmente decidiu, em 2006, designar Plutão como um “planeta anão”, dessa maneira, reduzindo a lista de planetas do sistema solar para apenas oito.

Os astrônomos, no entanto, continuam procurando outro planeta possível em nosso sistema solar, após evidências matemáticas revelarem sua existência, em janeiro de 2016. Por meio das pesquisas, acredita-se que o suposto “Planeta Nove”, também chamado de “Planeta X”, tenha em torno de 10 vezes a massa da Terra e 5.000 vezes a massa de Plutão.

O que é um planeta?

Primeiramente, precisamos entender o que é classificado como planeta. De cordo com a União Astronômica Internacional, um verdadeiro planeta como um corpo que circula ao redor do Sol, sem ser satélite de outro objeto. Além disso, o aspirante a planeta deve ser grande o suficiente para ser arredondado por sua própria gravidade, mas não tão grande que comece a sofrer fusão nuclear, como uma estrela. Por fim, ele também deve ter boa parte de seus arredores livres de outros corpos em órbita. 

Essa definição é bastante restritiva e, por isso, ajudou a isolar de maneira mais objetiva, o que deveria ou não ser considerado um planeta. No entanto, também fez surgir um problema quando os astrônomos passaram a descobrir cada vez mais objetos semelhantes a planetas no sistema solar. Plutão, por exemplo, estava entre os corpos que não cumpriram todos os requisitos e teve que ser reclassificado como um planeta anão.

Sendo assim, uma série de características motivaram o rebaixamento de Plutão, tais como seu tamanho pequeno e sua órbita incomum. Por fim, o ex-planeta também tem diversos detritos em seus arredores, compartilhando seu espaço. Ainda assim, o rebaixamento de Plutão permanece polêmico entre a comunidade cientifica.

Planetas terrestres

Os quatro planetas mais próximos do Sol, Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, são freqüentemente chamados de “planetas terrestres” porque suas superfícies são rochosas. Plutão também tem uma superfície rochosa, embora congelada.

Planetas gasosos

Por outro lado, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são chamados de planetas gasosos, pois são compostos principalmente de gases como hidrogênio, hélio e amônia. Ainda assim, astrônomos acreditem que alguns ou todos eles possam ter núcleos sólidos. 

Ao mesmo tempo, Urano e Netuno também ganharam ainda outro apelido: gigantes de gelo. Isso porque ambos possuem mais água atmosférica e outras moléculas formadoras de gelo, como metano, sulfeto de hidrogênio e fosfeno. Assim sendo, esses componentes cristalizam em nuvens, devido às condições frias dos planetas. Agora, vamos conhecer um pouco mais desses planetas a seguir.

Os planetas do Sistema Solar

Temos atualmente oito planetas conhecidos em nosso sistema solar. São os seguintes, em ordem a partir do Sol:

  • Mercúrio
  • Vênus
  • Terra
  • Marte
  • Júpiter
  • Saturno
  • Urano
  • Netuno

Mercúrio

Mércurio
Imagem: Pixabay
DescobertaMércurio foi descoberto pelos antigos gregos, visto que é visível a olho nu
NomeO planeta foi nomeado por conta do mensageiro dos deuses romanos
Diâmetro4.878 km
Órbita88 dias terrestres
Dia58,6 dias terrestres

Primeiramente, temos Mercúrio, que é o planeta mais próximo do Sol, além de ser o menor, apenas um pouco maior que nosso  satélite, a Lua. Como está muito perto do Sol, o planeta experimenta mudanças drásticas nas temperaturas diurnas e noturnas: as diurnas podem atingir um escaldante 450 ° C, enquanto no lado noturno, as temperaturas caem para – 180 C.

Além disso, a atmosfera de Mercúrio é bastante fina, sendo composta por oxigênio, sódio, hidrogênio, hélio e potássio. Dessa forma, ela não pode quebrar os meteoros que chegam ao planeta, então a superfície do planeta é marcada por crateras, assim como a Lua. 

Vênus

Planeta do  sistema solar: Vênus
Imagem: Pixabay
DescobertaVênus também foi descoberto pelos antigos gregos, já que é outro planeta visível a olho nu
NomeSeu nome vem da deusa romana do amor e da beleza
Diâmetro12.104 km
Órbita225 dias terrestres
Dia241 dias terrestres

Em seguida, temos o segundo planeta do sistema solar, Vênus, que também é chamado gêmeo da Terra. Todavia, embora tenham suas similaridades, gêmeos é uma descrição um tanto exagerada para os dois planetas. Esse apelido surgiu porque imagens de radar revelaram que, sob a sua atmosfera, a superfície de Vênus possui várias montanhas e vulcões. Mas, fora isso, os dois planetas não poderiam ser mais diferentes.

Devido à sua atmosfera tóxica e espessa, feita de nuvens de ácido sulfúrico, Vênus é um exemplo extremo do efeito estufa. É escaldante, ainda mais quente que Mercúrio. Dessa maneira, a temperatura média na superfície de Vênus é de 465 C. Outra curiosidade é que, estranhamente, Vênus gira lentamente de leste a oeste, na direção oposta da maioria dos outros planetas.

Terra 

Planeta do  sistema solar: Terra
Imagem: Pixabay
Diâmetro12.760 km
Órbita365,24 dias
Dia23 horas, 56 minutos

Enfim, chegamos ao terceiro planeta do sistema solar, a Terra. Nosso planeta também é chamado de “Planeta Água”, pois tem grandes extensões de águas. Além disso, a Terra é o único planeta que abrigar vida, que se tem conhecimento. Uma das razões, além das já citadas águas, é certamente sua atmosfera rica em nitrogênio e oxigênio.

Marte

Marte
Imagem: Pixabay
DescobertaAssim como os planetas anteriores, Marte também foi descoberto pelos antigos gregos e é visível a olho nu
NomeO nome foi dado por conta do deus romano da guerra
Diâmetro6.787 km
Órbita687 dias terrestres
Diapouco mais de um dia da Terra (24 horas, 37 minutos)

Logo depois, temos Marte. O quarto planeta do sistema solar é um lugar frio, desértico e coberto de poeira. Essa poeira é feita de óxidos de ferro, dando ao planeta sua famosa cor vermelha. Ainda assim, Marte compartilha algumas semelhanças com a Terra: é rochoso, tem montanhas, vales e desfiladeiros, além de sistemas de tempestades.

Assim sendo, evidências científicas substanciais sugerem que Marte, há bilhões de anos atrás, era um mundo muito mais quente e úmido. De acordo com pesquisas, rios e talvez até oceanos possam ter existido. Em 2018, os cientistas revelaram ter encontrado evidências de um lago líquido sob a superfície da calota de gelo no pólo sul do Planeta Vermelho.

Júpiter

Júpiter
Imagem: Pixabay
DescobertaJúpiter é mais um planeta descoberto pelos gregos e que é visível a olho nu
Nomeo governante dos deuses romanos
Diâmetro139.822 km
Órbita11,9 anos terrestres
Dia9,8 horas terrestres

Em seguida, temos Júpiter, que é o planeta mais massivo do nosso sistema solar, possuindo mais que o dobro da massa que todos os outros planetas juntos, de acordo com a NASA. Além disso, suas nuvens rodopiantes são coloridas devido a diferentes tipos de gases. Júpiter também tem um forte campo magnético e, com 75 luas, parece um sistema solar em miniatura.

Saturno

Saturno
Imagem: Pixabay
DescobertaSaturno é o último dos planetas visível a olho nu e do qual os gregos já tinham ciência
NomeadoSeu nome vem do deus romano da agricultura
Diâmetro120.000 km
Órbita29,5 anos terrestres
Diacerca de 10,5 horas terrestres

O sexto planeta do sistema solar, Saturno, é mais conhecido por seus anéis, formados por gelo e rocha. No entanto, os cientistas ainda não sabem ao certo como eles se formaram. Saturno é um planeta gasoso, composto principalmente por hidrogênio e hélio. Assim como Júpiter, ele também possui numerosas luas.

Urano

 Urano
Imagem: Pixabay
DescobertaUrano foi descoberto em 1781 por William Herschel
NomeO nome vem da personificação do céu no mito grego
Diâmetro51.120 km
Órbita84 anos terrestres
Dia18 horas terrestres

Logo após, chegamos a Urano. O planeta tem nuvens feitas de sulfeto de hidrogênio, a mesma substância química que faz com que os ovos podres cheirem tão mal. Enquanto isso, o metano na atmosfera, dá a Urano seu tom azul esverdeado.

O sétimo planeta do sistema solar, gira de leste para oeste, como Vênus. Porém, diferentemente de qualquer outro planeta, seu equador está quase em ângulo reto com sua órbita, ou seja, é basicamente uma órbita de lado. Por isso, astrônomos acreditam que um objeto com o dobro do tamanho da Terra colidiu com Urano, há cerca de 4 bilhões de anos, causando sua inclinação. Essa inclinação é responsável pelas peculiares estações do planeta, que duram mais de 20 anos. Além disso, o Sol bate de um polo a outro por 84 anos terrestres por vez.

Pensa-se também que a colisão jogou pedras e gelo na órbita de Urano. Mais tarde, essas se tornaram algumas das 27 luas do planeta. Vale destacar ainda, que Urano também possui 13 conjuntos de anéis fracos.

Netuno

 Netuno
Imagem: Pixabay
DescobertaEm 1846, dois estudiosos são responsáveis por sua descoberta: Alexis Bouvard e Johann Galle 
NomeO nome é do deus romano da água
Diâmetro49.530 km
Órbita165 anos terrestres
Dia19 horas terrestres

Em seguida, chegamos ao último planeta oficial do sistema solar. Netuno é do tamanho de Urano, mas é conhecido por ventos fortes supersônicos. O planeta está cerca de 30 vezes mais distante do Sol que a Terra. Além disso, Netuno é pelo menos 17 vezes mais massivo que a Terra e possui um núcleo rochoso.

Ademais, Netuno foi o primeiro planeta encontrado pela matemática, antes de ser detectado visualmente. Por conta de irregularidades na órbita de Urano, o astrônomo francês Alexis Bouvard inferiu que outro planeta poderia estar exercendo um puxão gravitacional. Em contrapartida, o astrônomo alemão Johann Galle usou cálculos para achar o planeta com um telescópio. Como resultado, o estudioso encontrou Netuno.

Um extinto nono planeta

Assim como Urano, a órbita de Netuno era levemente irregular, e a resposta para quantos planetas existem no Sistema Solar ainda não tinha chegado à uma conclusão final. Devido à massa calculada de Netuno e outros gigantes gasosos, a rotação do planeta não fazia sentido. Assim, os astrônomos supuseram outra vez a existência de um outro planeta além da órbita de Netuno.

Finalmente, em 1930, o astrônomo Clyde Tombaugh descobriu o que poderia ser o nono planeta. Não somente estava além de Netuno, mas também numa posição onde os astrônomos tinham previsto que ele poderia se encontrar.

Ele foi chamado de Plutão, e assim o Sistema Solar cresceu outra vez. Todavia, a história não terminaria ali. Foi descoberto depois que Plutão era pequeno demais para explicar as irregularidades na órbita netuniana.

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Netuno visto da superfície de seu satélite principal, Tritão.

Quando a espaçonave Voyager 2 completou seu voo sobre Netuno em 1989, revelou que a massa de Netuno era diferente da que os astrônomos tinham calculado. Quando a massa correta foi registrada, a sua órbita deixou de apresentar irregularidades.

Apesar disso, Plutão continuou sendo considerado um planeta, até ser reduzido ao status de planeta-anão em 2006. Há outros planetas-anões no Sistema Solar além dele, como Éris e Ceres.

O Sistema Solar já teve dezenas de planetas

Hoje, o Sistema Solar contém oito planetas. Contudo, nem sempre o caso foi esse. Logo depois que o Sol se formou e os planetas começaram a se formar, centenas de planetas, ou mais, possivelmente se formaram em torno do Sol.

O Sistema Solar primitivo existia num estado de caos. A atração gravitacional de tantos planetas tornava difícil para eles manterem suas órbitas estáveis. Ao invés disso, os planetas puxavam uns aos outros, cruzavam suas orbitas e até colidiam. Dependendo da massa dos planetas e do ângulo da colisão, o planeta maior poderia absorver o menor, ou então ambos se partiam. Acredita-se que todo planeta no Sistema Solar passou por uma ou mais colisões com outros planetas.

Há a teoria de que a Terra passou por isso, há 4.5 bilhões de anos. Um planeta do tamanho de Marte chamado Theia colidiu com a Terra num ângulo que, ao invés de fazer os dois planetas se partirem, permitiu que a Terra absorvesse Theia. Os detritos da colisão então formaram a Lua.

Um Planeta Nove

Com a redução de Plutão, muitos acharam que a ideia de um nono planeta no Sistema Solar tinha chegado ao fim. Contudo, na última década, evidências deram pistas sobre a possível existência de outro planeta além da órbita de Netuno.

Nas regiões distantes do Sistema Solar, há inúmeros cometas e outros detritos planetários, numa área chamada de Cinturão de Kuiper. Enquanto rastreavam as órbitas de objetos no cinturão, os astrônomos encontraram irregularidades em suas órbitas.

Se houvesse um planeta dez vezes maior que a Terra no cinturão, isso explicaria as anomalias das órbitas. Se esse “Planeta Nove” existir, ele deve orbitar 400 vezes mais de distância do que a Terra em relação ao Sol. Isso faria com que o Planeta Nove precisasse de milhares de anos para completar sua órbita.

Até então, os astrônomos não encontravam nenhuma prova de que esse planeta existe. Infelizmente, encontrá-lo é uma tarefa difícil. Não é possível analisar a gravidade da estrela ou a luz para encontrá-lo, como ocorre com planetas externos ao nosso Sistema Solar, pois os cientistas estão tentando encontrar um planeta que não receberia nenhuma luz, nesse caso, e que não emitiria nenhum calor. Assim, seria extremamente difícil observá-lo em outros comprimentos de onda de luz, mas a investigação sobre quantos planetas existem no Sistema Solar continua.

Se o Planeta Nove existir, ele provavelmente não teria se formado tão longe assim do Sol. Ao invés disso, teria se formado bem mais próximo, e depois se afastado pelos outros gigantes gasosos e colisões planetárias. Outra hipótese sugere que ele não se formou no nosso Sistema Solar, mas em outro, sendo posteriormente capturado pela gravidade do Sol. Às vezes isso pode ocorrer, pois durante a formação de um sistema solar, diversos planetas podem escapar da gravidade da sua estrela. Um planeta assim é chamado de planeta interestelar, ou planeta órfão.

Alguns planetas interestelares se aproximam o suficiente de outra estrela, sendo capturados por sua gravidade.

A busca pelo Planeta Nove continua, e se ele for encontrado, sua descoberta vai representar uma das maiores revelações acerca da história do nosso Sistema Solar.

Perguntas frequentes sobre os Planetas do Sistema Solar

Quantos planetas existem no Sistema Solar?

Existem 8 planetas no Sistema Solar. Começando dos mais próximo do Sol para os mais distantes: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

Plutão ainda é um planeta?

Plutão deixou de ser classificado como um planeta em 2006. Hoje ele é classificado como um planeta-anão porque, embora seja grande o suficiente para se tornar esférico, não é grande o suficiente para exercer seu domínio orbital e limpar a vizinhança ao redor de sua órbita.

Por que o nome Sistema Solar?

Existem muitos sistemas planetários como o nosso no universo, com planetas orbitando suas respectivas estrelas. Nosso sistema planetário é chamado de Sistema Solar porque o nome de nossa estrela é Sol. Qualquer coisa relacionada ao Sol chamamos de solar.

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