Corais são animais, rochas ou plantas?

Jamille Rabelo

A grande importância dos corais para o oceano é bastante conhecida. Assim como o fato do aquecimento global está causando branqueamento neles. Mas afinal, o que são os corais? Plantas, rochas ou animais?

Por serem fixos no solo, os corais normalmente são confundidos com plantas. E devido à sua rigidez há quem diga também que podem ser rochas. No entanto, os corais são animais vivos. E, diferentemente das plantas, eles não produzem seu próprio alimento.

Os montes e ramos que chamamos de coral, são na verdade milhares de pequenos animais que se agregam em colônias para formar a estrutura rígida que vemos. Esses animais são os pólipos, invertebrados do filo Cnidaria, parentes das anêmonas e águas-vivas.

Os pólipos de corais apresentam corpo em forma de cilindro com uma boca na parte superior, cercada por tentáculos. Esses tentáculos capturam alimento, como os zooplânctos, da água para os pólipos.

Afinal, os corais são plantas, rochas ou animais?
(Estrutura de um pólipo de coral. Foto: Florida Keys National Marine Sanctuary.)

Os corais utilizam carbonato de cálcio da água do mar para construírem seu esqueleto, por isso são tão rígidos olhando de fora. O esqueleto calcário protege o corpo mole interno dos corais. Se as condições do ambiente marinho continuassem constantes, os corais poderiam viver para “sempre”, pois o esqueleto dos corais continuaria crescendo à medida que os pólipos se reproduzem e seus descendentes também crescem na estrutura. Há corais com mais de 4 mil anos de idade.

Existem cerca de 6 mil espécies de corais nos oceanos. A maioria se encontra em águas quentes e rasas, perto da costa, mas também existem corais vivendo no escuro de águas frias e profundas do oceano.

Por que os corais são tão coloridos?

Afinal, os corais são plantas, rochas ou animais?
(Christ Newbert / Minden Pictures)

Na verdade, os pólipos de corais são brancos. Os diversos tipos de cores que observamos nos recifes de corais são resultado da associação que eles fazem com algas microscópicas, chamadas de zooxantelas. Essa relação de simbiose traz vantagens para os dois organismos. Sem a presença dessas algas, os corais podem morrer.

As zooxantelas removem e utilizam os dejetos dos corais para realizar fotossíntese. Com a fotossíntese, as zooxantelas liberam oxigênio e carboidratos para a água, produtos que os corais prontamente utilizam para crescer e construir seus esqueletos.

As zooxantelas são muito sensíveis ao aumento de temperatura da água. Dessa forma, com o crescente aquecimento global e maior frequência de eventos climáticos, quando a temperatura da água do mar aumenta, essas microalgas tendem a encerrar a associação com os corais.

Afinal, os corais são plantas, rochas ou animais?
(Wikimedia)

Assim, sem as zooxantelas, os corais se tornam brancos, fenômeno chamado de branqueamento de corais. Se as zooxantelas não conseguirem retornar para os corais e reestabelecer a simbiose, os corais não conseguem captar todo o alimento que precisam e se tornam mais suscetíveis a doenças, o que pode causar sua morte.

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A dinâmica dos recifes de corais é uma das mais complexas dos oceanos, pois incluem diversas relações ecológicas, não apenas com os pólipos. Cerca de 1/4 de todas as espécies de peixes dependem de recifes de corais saudáveis. Os corais fornecem abrigo e alimento para os peixes e outros animais maiores.

Além dos animais marinhos, os recifes de corais também beneficiam a vida humana. Milhares de comunidades costeiras que dependem da pesca nesses ambientes. E também a atração de turistas para essas cidades movimenta a economia local. Somado a isso, os recifes de corais também atuam na proteção de cidades costeiras contra tempestades e grandes marés, reduzindo seus impactos,

Mais medidas de proteção aos corais são urgentes. Os corais estão morrendo cada vez mais rápido devido ao aumento da temperatura do planeta e da poluição. Estima-se que cerca de 90% dos corais podem morrer até 2050.

Com informações de NOAA, National Geographic e Inverse.

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