Mais um fóssil é descoberto no cemitério de dinossauros no interior de São Paulo

Rafael D'avila

As obras na Rodovia Leonor Mendes de Barros, entre as cidades de Marília e Júlio Mesquita, foram interrompidas após a descoberta de um cemitério de dinossauros. Os paleontólogos encontraram um fóssil que acreditam ser um fêmur, com cerca de um metro e meio de comprimento.

O fóssil faz parte do período Cretáceo, que marca o final da ‘era dos Dinossauros’ antes da extinção, há pelo menos 66 milhões de anos. Os profissionais envolvidos encontraram o material há 20 metros da superfície, reforçando a ideia de que a região é um cemitério de dinossauros. A obra ficou paralisada por dois meses até que a extração completa do fóssil fosse concluída, o que aconteceu na última segunda-feira.

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Imagem: Willian Nava/Museu de Paleontologia de Marília

Conforme a concessionária responsável por administrar o trecho explicou, não divulgaram a descoberta anteriormente para não atrair curiosos. Os paleontólogos começaram o processo de escavação com martelos e talhadeiras, para tirar toda a formação rochosa ao redor do fóssil. Logo após, usaram uma ferramenta de perfuração de impacto mínimo, evitando qualquer tipo de dano.

Por que surgiu o apelido de ‘cemitério de dinossauros’ em Marília?

O cemitério de dinossauros permanece vivo, mas agora, o Museu de Paleontologia de Marília está com a posse da peça, para que seja limpa. Não foi a primeira vez que a cidade serviu como ‘berço para fósseis’, há 12 anos, o paleontólogo Willian Nava descobriu um pedaço de Tiranossauro ali. Se tratava da escápula de um T-Rex, com aproximadamente 80 centímetros.

Apelidado de ‘Dino Titan’, desde 2012 o material está exposto no museu de paleontologia do município, ou seja, Marília realmente é um cemitério de dinossauros. Além do sucesso na região, o dinossauro serviu de inspiração para o mote central da novela ‘Morde & Assopra’, de 2011, onde a protagonista Júlia vai ao interior de SP em busca de animais pré-históricos.

cemitério de dinossauros
Imagem: Free Images/ PxHere

Em 2015, a equipe do museu encaminhou os ossos do Tiranossauro para a Universidade de Brasília, onde foram comparados aos de outros dinossauros. Partes das vértebras das costas, cauda, costelas, pescoço e fragmentos do crânio, da bacia e das patas completam todo o esqueleto. Sendo descoberto no cemitério de dinossauros, esse grande animal pesou cerca de 10 toneladas e ultrapassou os 15 metros de altura, de acordo com estudos.

Um planalto recortado por erosões cerca a região de Marília, criando, assim, escarpas rochosas ao longo dos milênios. O território ainda conta com cachoeiras datadas do período cretáceo superior, que de acordo com análises, têm algo entre 65 e 70 milhões de anos.

Entre essas rochosas pré-históricas, também já encontraram ossos de crocodilo, de titanossauro e um dente de dinossauro!

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