Júpiter

Jônatas Ribeiro

Júpiter, na mitologia grego-romana (na Grécia, Zeus) é o rei dos deuses. A imponência do planeta também foi registrada em outras mitologias, como na Índia e na Babilônia, onde o planeta era associado a deuses em posições de liderança e comando. E, de fato, as informações sobre Júpiter o equiparam ao comandante do Olimpo.

É o terceiro corpo mais brilhante no céu noturno, depois da Lua e de Vênus. Se essa informação não parecer impressionante à primeira vista, é só comparar as distâncias dos três objetos à Terra. A Lua está a 384 mil km de nós, enquanto Vênus está a cerca de 40 milhões de km de nosso planeta. Já Júpiter está, no mínimo, a 580 milhões de km da Terra, no ponto de maior aproximação entre os dois planetas.

Seu brilho em nosso céu se deve ao seu gigantesco tamanho, com quase 70 mil km de raio. Isto é, aproximadamente 11 vezes o raio de nosso planeta. Suas grandes dimensões, contudo, se comparadas aos quatro primeiros planetas do Sistema Solar, não é coincidência. Na verdade, Júpiter não está na mesma categoria de Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. É, diferentemente desses planetas rochosos, um planeta gasoso, formado por primariamente por gases em vez de matéria sólida (ou mesmo líquida).

Formação, composição e estrutura

grande mancha vermelha de júpiter
Imagem: NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS/Gerald Eichstädt/Seán Doran

Júpiter, de acordo com modelos de formação planetária, deve ter formado primeiro um núcleo sólido, estando, na nebulosa primordial que formou o Sistema Solar, em uma distância ao Sol suficiente para que substâncias voláteis possam se condensar em sólidos. Depois disso, foi reunindo massa gasosa rapidamente pela gravidade, de forma a atingir 20 vezes a massa da Terra em menos de um milhão de anos. Hoje, sua massa é de aproximadamente 318 Terras, isto é, 1.89 x 10^27 kg, sendo 2.5 mais massivo do que todos os outros planetas do Sistema Solar combinados.

Esse núcleo de gelo e rochas seria rodeado de uma camada de hidrogênio metálico e depois, de uma atmosfera quase transparente de hidrogênio. O núcleo mais a camada de hidrogênio metálico compreendem cerca de 80% do planeta. A missão Juno da NASA, em 2016, contudo, trouxe novas informações que colocam os limites do núcleo como muito difusos, estando o mesmo praticamente misturado com o manto, tornando a estrutura interna de Júpiter mais complicada.

A composição química do interior jupiteriano se divide em massa como 71% de hidrogênio, 24% de hélio e e 5% de elementos mais pesados. A atmosfera, a mais profunda do Sistema Solar, tem números semelhantes, com 75% de hidrogênio, 24% de hélio e o 1% restante de outros elementos, incluindo compostos como amônia, metano, vapor de água e derivados de silício. Em termos de volume, contudo, aproximadamente 90% da atmosfera é hidrogênio e praticamente todo o restante é hélio.

A atmosfera também é caracterizada por nuvens compostas de cristais de amônia, complementadas pela possível presença de nuvens de cristais de água, como sugerido pela aparição de relâmpagos no planeta, além da presença de faixas de tonalidades marrom e laranja, criadas pela interação de compostos presentes nas nuvens com a radiação ultravioleta do Sol. Ainda mais conhecida do que as faixas, porém, é a Grande Mancha Vermelha, um enorme anticiclone de dimensões maiores do que a Terra e que, provavelmente, constitui um fenômeno estável da atmosfera de Júpiter, segundo os modelos matemáticos.

Magnetismo, órbita e luas

quatro luas de júpiter
Imagem: NASA/JPL/DLR

Júpiter é tão massivo que é o único planeta cujo centro de massa com o Sol está fora da estrela (mesmo que não muito). Sua distância média à estrela central de nosso sistema é de 778 milhões de km, 5.2 vezes a distância da Terra ao Sol, e seu período, o tempo necessário para uma órbita completa, é de 11.86 anos terrestres. Já sua rotação é extremamente rápida, se completando a cada 10 horas, aproximadamente. Considerando também que seu eixo de rotação tem cerca de 3º de inclinação, podemos dizer que suas estações do ano são insignificantes se comparadas às da Terra. Seu campo magnético também é bastante relevante, sendo 14 vezes mais intenso do que o nosso.

Ao falarmos de Júpiter, também é fundamental falarmos de suas luas. As quatro maiores, Ganimedes, Io, Europa e Calisto, estão entre as maiores do Sistema Solar e foram descobertas por ninguém menos que Galileu Galilei, sendo visíveis no céu noturno até mesmo por meio de binóculos. O quarteto, contudo, é a grande minoria dos satélites naturais de Júpiter, considerando que cerca de 60 (em um total de 80) objetos do grupo tem menos de 10 km de diâmetro, em contraste, por exemplo, com Ganimedes, que tem 5262 km de diâmetro.

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