Enceladus poderia ter correntes oceânicas semelhantes às da Terra, sugere estudo

Ruth Rodrigues
Enceladus, lua de Saturno, teria correntes em seu oceano comparáveis ​​às da Terra. Fonte: Closeup of Enceladus. Image: Cassini/NASA/JPL

É em Encélado, uma das luas de Júpiter, que podemos encontrar um oceano de água líquida que fica sob a superfície constituída de gelo. Em relação a famosa Europa, a lua gelada de Júpiter, Encélado está localizado em uma região denominada como magnetosfera. Essa nomenclatura advém de uma situação em que o corpo celeste sofre influências de um campo magnético.

Por que enviar sondas para Enceladus?

Se sondas fossem enviadas para Júpiter, elas poderiam não resistir a quantidade de partículas carregadas que estão presentes naquele local. Por esse motivo, sai muito mais vantajoso enviar para Encélado, que é menos poluído com tais partículas, do que em relação à Europa. Ambos esses satélites de Júpiter vêm sendo explorados, para verificar qual deles é o mais propício de receber sondas, para que uma análise mais profunda seja feita.

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De acordo com as propostas lançadas por Freeman Dyson, enviar sondas para vasculhar os gêiseres da Europa causados pelos impactos de meteoritos pode ser um tiro no escuro. Principalmente se o objetivo for encontrar um poço que contenha algum resquício de vida. Por outro lado, Enceladus também possui as mesmas características, no entanto, a área ao redor dos gêiseres oferece bem menos perigo para uma sonda, em relação à Europa.

Até o ano de 2025, a NASA pretende lançar o projeto “Europa Clipper” a fim de tentar mapear o oceano da lua congelada de Júpiter. A previsão é que sejam realizados 40 sobrevoos para concluir tudo, inclusive, um deles será direcionado para o oceano líquido, o único presente no local, estando assim graças as forças gravitacionais provenientes das marés de Saturno. O que antes era gelo, agora sofre com a ação do calor, que acaba por derreter tudo.

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Encélado e suas características semelhantes à Terra

Com apenas 500 quilômetros de diâmetro, a Enceladus possui um campo gravitacional muito forte, permitindo que os geofísicos consigam resolver uma problemática denominada como ‘problema inverso’. Esse problema nada mais é que uma distribuição de massa não homogêneas, dentro de um corpo celeste. As características desse campo funcionam de modo semelhante ao ouvido humano ao ouvir um toque e saber reconhecer a qual instrumento pertence.

Em um artigo publicado recentemente, cientistas conseguiram realizar uma simulação através do computador, de como seria se Enceladus possuísse oceanos semelhantes aos da Terra, ou seja, com água salgada. As simulações evidenciam que o gelo tende a derreter mais facilmente nos polos, o que explicaria por que é menos espesso e vice-versa no equador. Ao expelir o sal presente na água, as regiões que ainda contém esse elemento acabam por afundar nas partes menos salgadas, resultando em um fenômeno de instabilidade.

Com informações do artigo publicado na Revista Nature e Futura Sciences

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