Em 1964, jovem ficou 11 dias sem dormir para ver como seu corpo reagiria

Rafael D'avila
Imagem: Don Cravens/The LIFE Images Collection/Getty Images

O sono é extremamente necessário para manter a saúde do corpo humano, mas o que aconteceria se ficássemos 11 dias sem dormir? Pois bem, Randy Gardner e Bruce McAllister queriam estudar os efeitos da privação de sono na ‘habilidade paranormal’, e fizeram isso de maneira prática.

Entretanto, Randy se preparou para este grande desafio após perder o desafio da moeda. O projeto não teria relevância nenhuma se não fosse Dr. William C. Dement, pesquisador que descobriu sobre o experimento maluco e quis acompanhar de perto. “Eu era provavelmente a única pessoa no planeta que realmente havia feito pesquisas sobre o sono“, disse Dement à BBC. “[Os pais de Randy] estavam muito preocupados que isso pudesse ser algo realmente prejudicial para ele. Porque a questão ainda não estava resolvida se você vai morrer ou não se ficar 11 dias sem dormir”.

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Imagem: Don Cravens/The LIFE Images Collection/Getty Images

Acredite, a morte não estava fora de questão, mas estudos anteriores já apontaram que a privação de sono causou paranoia e muitos outros problemas. Entretanto, quando submeteram gatos domésticos, impedindo que eles dormissem por 15 dias, o resultado foi fatal.

Para ficar sem dormir por 11 dias, a equipe fazia Randy jogar pinball e basquete, não permitia que ele se deitasse e o acompanhava até mesmo no banheiro. Já no segundo dia, Randy apresentou dificuldades para identificar objetos pelo toque, e no terceiro dia de experimento o seu humor estava péssimo.

Ficar 11 dias sem dormir fez Randy se esquecer completamente das coisas

No quarto dia, as alucinações começaram: “Tive a alucinação de que era esse famoso jogador de futebol negro, Paul Lowe, do San Diego Chargers”, escreveu ele no Esquire anos depois. “Meus amigos acharam isso hilário, porque eu pesava cerca de 60 quilos”. No dia seguinte a situação piorou ainda mais.

“Depois desse ponto, ficar dias dormir era uma tortura, basicamente tudo foi para o ralo”, escreveu ele. “Não havia mais altos, apenas baixos e baixos mais baixos. Era como se alguém estivesse levando uma lixa para o meu cérebro. Meu corpo estava se arrastando bem, mas minha mente estava destruída”.

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Imagem: Divulgação/ HLN

Randy permaneceu acordado até o final do 11º dia, onde estava inexpressivo e precisava de estímulos para responder qualquer coisa.  As habilidades mentais já não funcionavam mais e cessaram rapidamente.

O jovem sofreu muito com o experimento, mas estabeleceu um novo recorde mundial ao ficar 11 dias sem dormir. Enquanto ele não dormia, estudos mostravam que seu cérebro cochilava o tempo inteiro. “Randy não foi o primeiro ser humano – ou pré-humano – a ter que ficar acordado por mais de uma noite e que o cérebro humano poderia evoluir para que pudesse tirar uma soneca”, disse McAllister à BBC.

“Tirar uma soneca e restaurar – enquanto partes dela estavam acordadas – faziam todo o sentido. E isso explicaria porque coisas piores não aconteceram”. Felizmente, o Guiness Book tirou do livro dos recordes qualquer registro sobre a privação do sono, para não encorajar uma atividade que só traz problemas.

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