Dinossauros estavam morrendo antes do asteroide, sugere simulação

Mateus Marchetto
Análises matemáticas mostram que os dinossauros estavam em declínio ao menos 10 milhões de anos antes do asteroide. Imagem: M W/Pixabay

Jurassic Park tornou os dinossauros membros da cultura pop sci-fi. Junto a isso, centenas de novas pesquisas reacenderam a curiosidade sobre estes animais. Muitos debates ocorreram, portanto, acerca da extinção dos dinos e uma nova pesquisa mostra que provavelmente os dinossauros estavam morrendo mesmo antes do asteroide.

Este último, inclusive, foi uma pedra espacial maior que o Everest que atingiu as águas rasas da Península de Yucatán, no México. Além de causar uma explosão equivalente a 10 bilhões de bombas atômicas, o asteroide jogou gases e poeira para a atmosfera. Estes detritos tamparam o sol por milhões de anos e acabaram com a maior parte da fotossíntese no planeta.

Todavia, uma nova pesquisa publicada na Nature Communications sugere que os dinossauros estavam morrendo 10 milhões de anos antes deste cataclismo. Aliás, eles não estavam apenas morrendo, mas também se extinguindo e parando de formar novas espécies.

Os pesquisadores utilizaram modelos matemáticos, repetidos milhões de vezes para evitar erros estatísticos. Assim foi possível perceber que a população mundial de dinos já estava diminuindo drasticamente há 76 milhões de anos, começando pelos herbívoros.

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Imagem: Steppinstars/Pixabay 

Padrões nas espécies de dinossauros há 76 Ma

A pesquisa levou em consideração seis grupos principais de dinossauros: os ceratopsídeos, anquilossauros e hadrossauros (todos herbívoros), e os tiranossauros, trodontes e dromeossauros (todos carnívoros).

Para tanto os autores usaram mais de 1600 fósseis de 247 espécies do final do período Cretáceo (145 Ma a 66 Ma).

A análise matemática dos fósseis mostrou, então, que principalmente os ceratopsídeos e anquilossauros estavam em declínio alto já antes do impacto do asteroide. Tiranossauros e dromeossauros também apresentaram dificuldades de sobrevivência e especiação pouco tempo depois. Trodontes e hadrossauros, por outro lado, demoraram mais para sofrer este declínio, provavelmente por terem se adaptado melhor ao ambiente e competido com seus primos.

Este ambiente, aliás, estava passando por uma mudança drástica. Estudos mostram que neste período o Oceano Atlântico passara po um resfriamento de até 7°C. A queda da temperatura no planeta, portanto, pode ter sido um dos principais fatores para o declínio dos animais herbívoros, com mais dificuldade de adaptação a climas frios.

Em contrapartida, especialistas afirmam que é preciso cautela com tais conclusões, uma vez que os fósseis de dinossauros são escassos em comparação à sua diversidade.

O artigo está disponível no periódico Nature Communications.

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