Na segunda-feira (23), várias cidades do interior do Rio Grande do Sul, como Bagé, Jaguarão, Pelotas, Alegrete, Rosário do Sul, Livramento e São Vicente do Sul, vivenciaram um fenômeno raro: o dia, de repente, escureceu como se fosse noite.
De acordo com o MetSul Meteorologia, o cenário inusitado e assustador foi causado por formações de nuvens densas e pesadas, que estavam ligadas à atuação de uma frente quente que influenciava o clima da região. Para piorar a situação, uma corrente de jato em níveis baixos, circulando a cerca de 1.500 metros de altitude, trouxe uma massa de ar extremamente quente.
Além disso, essa corrente também transportou grandes quantidades de fumaça de queimadas, o que contribuiu significativamente para a drástica redução da luminosidade. Mesmo sem a presença de fumaça, a espessura das nuvens já teria causado uma notável diminuição da luz natural, mas a combinação dos dois fatores possibilitou que “o dia virasse noite”.
Nuvens escuras
As nuvens são compostas por várias e minúsculas gotículas de água que, ao interagir com a luz do sol, espalham essa luz de tal forma que apenas uma pequena parte dela chega até nossos olhos. É por isso que, quanto mais espessa for uma nuvem, mais escura ela aparenta ser.
Em dias comuns, quando olhamos para o céu, as nuvens costumam ser brancas, mas antes de uma tempestade, é comum observar que elas começam a escurecer, assumindo tons de cinza ou até preto. Esse processo está relacionado à formação das nuvens: o ar próximo ao solo aquece e, ao subir, carrega vapor de água.
Na medida em que essa massa de ar quente sobe, ela vai se resfriando, e o vapor de água presente no ar começa a se condensar em torno de pequenas partículas suspensas na atmosfera. É nesse momento que as nuvens começam a se formar, resultantes da união do vapor de água ou dos cristais de gelo.
É por isso que o céu é azul
O céu é azul devido a uma característica que ocorre quando a luz do sol interage com as partículas presentes na atmosfera da Terra, como moléculas de nitrogênio e oxigênio.
A luz solar, apesar da aparência branca, é na verdade composta por todos os núcleos do espectro visível. Cada cor tem um comprimento de onda diferente: o azul e o violeta têm comprimentos de onda curtos, enquanto o vermelho e o laranja têm comprimentos de onda mais longos.
Quando a luz solar entra na atmosfera, as partículas se dispersam em diferentes comprimentos de onda. A luz de comprimentos de ondas curtas, como o azul, é dispersa em todas as direções muito mais do que as cores de ondas mais longas, como o vermelho. Isso significa que, ao olhar para qualquer parte do céu, o azul é a cor que nossos olhos captam com mais intensidade.
Embora a cor violeta seja dispersa até mais que o azul, nossos olhos são menos sensíveis à cor violeta, e a maior parte dessa luz é absorvida pela camada de ozônio. Por isso, vemos o céu predominantemente azul.
Espessura e altura das nuvens
Por outro lado, a cor das nuvens está diretamente relacionada à sua espessura e à altitude em que elas se encontram. À medida que as gotas de água dentro das nuvens aumentam de tamanho, as nuvens adquirem uma tonalidade mais cinzenta, especialmente antes de uma chuva.
Isso acontece porque, em vez de espalharem a luz, as nuvens começam a absorvê-la, o que reduz a quantidade de luz que consegue atravessar. Em outras palavras, quando a nuvem se torna mais espessa e acumula mais gotículas de água e cristais de gelo, ela dispersa menos luz, permitindo que menos luminosidade chegue até o solo.