Em 1971, paleontólogos descobriram um fóssil de um velociraptor e um protoceratops que morreram em batalha. O fóssil incrível mostra o protoceratops mordendo o braço do velociraptor, enquanto o predador crava as garras no seu pescoço. Mas afinal, como se formam fósseis de dinossauros com tantos detalhes?
Tudo depende, claro, das condições certas, e não é todo animal que morre que acaba fossilizado. Estimativas recentes, por exemplo, mostram que aproximadamente 2,5 bilhões de tiranossauros andaram pelo planeta. Ainda assim, gerações de paleontólogos encontraram apenas algumas centenas de fósseis destes dinossauros.
Assim, quando um dinossauro morria, seus tecidos moles — como a pele, músculos e órgãos — acabavam virando comida de outros dinos e animais carniceiros. O que sobrava acabava decomposto por fungos e bactérias.
Contudo, se a carcaça de um dino ficasse coberta de sedimentos pouco tempo após a morte, algumas estruturas poderiam acabar se conservando. A maioria dos fósseis de dinossauros, nesse sentido, vem de animais que morreram em pântanos ou próximo a lagoas, e assim a lama acabou cobrindo seus corpos antes que o ambiente degradasse até os ossos.
Uma vez que a ossada do dino se enterrou, a água que flui no solo começa a passar os pequenos poros dos ossos, deixando cristais de minerais dentro do osso no caminho. Ao longo de milhares ou milhões de anos, estes ossos acabam virando rocha e conservando as morfologias do que foi um dia um tecido vivo.
Essa, no entanto, é apenas uma das formas (a mais comum) da fossilização. Um fóssil – não apenas de dinos — pode se formar pela carbonização, ou pela conservação em resinas naturais como o âmbar, por exemplo.
Descobrindo fósseis de dinossauros
Por mais que o planeta pareça, em si, gigante e parado, a crosta terrestre é na verdade muito dinâmica. Ao longo do tempo, pressões e temperaturas absurdas no magma abaixo da superfície movimentam massas gigantescas de terra pelo planeta.
Nos encontros de duas placas tectônicas, por exemplo, camadas mais profundas do solo podem ser remexidas e acabar novamente na superfície, após centenas de milhões de anos. Esse, aliás, é um dos processos pelos quais os fósseis vêm à tona e chegam nas publicações de artigos científicos. Por esse motivo não é incomum que cientistas encontrem fósseis no topo de montanhas.
Ainda, o derretimento de grandes massas de gelo também pode revelar fósseis antes muito profundos e inacessíveis. Geralmente animais mais recentes do que os dinossauros — como os mamutes — acabam preservados em grande detalhe no próprio gelo do Ártico.
Por fim, a erosão pode desgastar, no decorrer de muito tempo, as camadas mais superficiais de rocha, eventualmente revelando fósseis. Com muita determinação (e um pouco de sorte) pesquisadores conseguem encontrar registros conservados com evidências e detalhes sobre organismos que já morreram há milhões de anos.
O velociraptor e o protoceratops referidos na introdução, por exemplo, provavelmente morreram juntos após um deslizamento de terra. O desastre deles conservou, para nós, um dos registros mais incríveis de detalhados do tempo paralisado na rocha.