As estratégias dos animais polares para sobreviver ao frio

Mateus Marchetto
Animais polares precisaram desenvolver diversas estratégias para sobreviver em ambientes tão extremos. (Imagem de 358611 por Pixabay)

O polo sul e o polo norte são as regiões da superfície do planeta que menos recebem luz solar. Isso faz com que camadas imensas de gelo cubram a região Ártica (ao norte do planeta) e Antártica (ao sul). Por esse motivo, as temperaturas nos polos podem atingir os 40°C negativos. Isso torna o ambiente bastante extremo e, à primeira vista, poucos organismos poderiam viver lá. Contudo, acontece que muitos animais polares habitam essas regiões e desenvolveram estratégias para combater o frio extremo.

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(Imagem de Wolfgang Vogt por Pixabay)

Você pode se perguntar o que fez com que animais habitassem um ambiente tão extremo. A resposta é até bem simples: comida. O que ocorre é que as correntes oceânicas movimentam o fundo do oceano nas regiões mais próximas dos polos. Isso faz com que os nutrientes que ficam depositados no leito oceânico subam para a superfície. Todo esse alimento permite que algas microscópicas fotossintetizantes (fitoplâncton) cresçam exponencialmente. Assim o zooplâncton também pode se desenvolver e servir de alimento para peixes e outros animais maiores, como é o caso do krill.

De qualquer forma, o segredo da sobrevivência nas terras congeladas da Antártida é o isolamento térmico. Assim como os seres humanos usam diversas camadas de roupas para evitar a perda de calor, os animais polares também usam diversas camadas de isolamento térmico – que não são – evidentemente – roupas. Acontece que muitos animais, como ursos polares e focas possuem grandes reservas de gordura. Os lipídeos são moléculas que reduzem a transmissão de calor, o que mantém o corpo dos animais quente por mais tempo. Além do mais, o pelo e as penas dos animais polares criam uma camada de ar entre o ambiente e o corpo do bicho. O ar funciona também como isolante térmico, o que ajuda ainda mais a diminuir a transmissão de calor.

Animais polares endotérmicos e ectotérmicos

A maioria dos animais que habitam o Ártico ou a Antártida são aves ou mamíferos. Isso porque esses bichos são endotérmicos, ou seja, eles usam parte do seu metabolismo para aquecer o corpo. Isso porque a queima de alimento, naturalmente, produz calor. Essa característica demanda alimentos muito calóricos, justamente para manter o metabolismo aquecendo o corpo. Dessa forma ursos, focas e aves marinhas conseguem sobreviver nessas regiões.

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(Imagem de Mikkel Wejdemann por Pixabay)

Por outro lado, animais ectotérmicos têm mais dificuldade em sobreviver em ambientes frios. Isso ocorre porque animais ectotérmicos não produzem seu próprio calor e dependem da temperatura do ambiente. Dessa maneira, quando a temperatura cai muito o animal pode congelar. Portanto, o maior animal terrestre que habita regiões polares é um inseto de 13mm. Contudo, muitos peixes polares possuem moléculas anti-congelantes no seu corpo. Assim esses animais conseguem sobreviver em águas profundas das regiões mais frias do planeta.

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