Imagens da NASA mostram duas calotas polares desaparecendo pelo derretimento

Felipe Miranda
Derretimento das calotas polares St. Patrick Bay, no Canadá, ao longo dos anos. (Créditos da imagem: Bruce Raup, NSIDC).

O aquecimento global está atingindo níveis extremamente alarmantes. Novas imagens de satélite, feitas pela NASA, mostram calotas polares desaparecendo completamente pelo derretimento, no Ártico.

É fato que as geleiras estão derretendo, mas era um tanto difícil encontrar um derretimento que fosse tão notável por simples observações. Isso nos mostra o risco que correm as geleiras. 

Eles constataram isso com o Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer (ASTER), um instrumento à bordo do satélite Earth, com a missão de observação e monitoramento ambiental, que foi lançado em 1999.

As imagens foram feitas na Ilha de Ellesmere, entre o Canadá e a Groenlândia, no Ártico. A região está aquecendo ao dobro da velocidade da média do planeta Terra, portanto, graças à amplificação do efeito estufa causado pela poluição. 

Os especialistas chamam esse fenômeno de Amplificação do Ártico, ou Amplificação Polar. Apesar de negacionistas, é um consenso entre os cientistas sérios de que o aquecimento global possui origem na atividade humana.

Em um comunicado, Mark Serreze, diretor do NSIDC (National Snow and Ice Data Center), disse que “Quando visitei aquelas calotas de gelo pela primeira vez, elas pareciam um elemento permanente da paisagem. Observá-los morrer em menos de 40 anos me surpreende”.

Ademais, Mark Serreze também é professor de geografia da Universidade do Colorado Boulder, e foi autor principal de um artigo de 2017, que previa o derretimento completo das calotas polares nos 5 anos que se seguiriam a partir dali. 

As imagens das calotas polares desaparecendo pelo derretimento

Por um lado, é bonito ver a ciência funcionar. As previsões com as metodologias desenvolvidas com tanto esforço definitivamente funcionam. Por outro lado, é triste, pois estamos observando o nosso único lar caminhar para um fim mórbido.

As imagens abaixo mostram o resultado das observações do derretimento das geleiras, acompanhado desde o ano de 1959. É realmente inacreditavelmente chocante.

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Derretimento das calotas polares St. Patrick Bay, no Canadá, ao longo dos anos. (Créditos da imagem: Bruce Raup, NSIDC).

Note a redução. Em 2015, elas possuíam apenas cinco por cento da área total no ano de 1959. As imagens do ASTER de 14 de julho de 2020 já mostram as calotas totalmente desaparecidas, no entanto.

“Sabemos há muito tempo que, à medida que a mudança climática ocorre, os efeitos serão especialmente pronunciados no Ártico”, diz Serrese. 

“Mas a morte desses dois bonés que eu conhecia tão bem tornou a mudança climática muito pessoal. Tudo o que resta são algumas fotografias e muitas lembranças”, completa.

As duas calotas de gelo, chamadas de calotas St. Patrick Bay, representavam, juntas, metade da área de um grupo maior de pequenas calotas no extremo-norte canadense, já no Ártico, portanto.

É assustador

As duas imagens abaixo são as fotos geradas com o ASTER. É possível ver claramente que elas desapareceram por completo. Elas ficavam onde estão os círculos azul, na primeira imagem, de 2015, já reduzidas, entretanto. A segunda imagem é como estão hoje.

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Imagem das calotas polares St. Patrick Bay feitas pelo ASTER, da NASA em 2015. (Créditos da imagem: Bruce Raup, NSIDC)
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Imagem das calotas polares St. Patrick Bay feitas pelo ASTER, da NASA em 2020. (Créditos da imagem: Bruce Raup, NSIDC)

Além de afetar ainda mais na temperatura da Terra, deixa o solo congelado exposto, liberando gases e microrganismos dormentes. Além disso, esse gelo a mais pode causar um grave aumento no nível do oceano. 

Elas tiveram sua extensão máxima durante a Pequena Era Glacial, ou Pequena Idade do Gelo, que foi um período de bastante resfriamento, que ocorreu por alguns séculos a partir do século XVII, e impactou drasticamente a vida de diversos povos pela europa, e provavelmente nas Américas e outros continentes. 

Com informações de Live Science e National Snow and Ice Data Center.

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