Site ‘mais perturbador da internet’ pode encontrar qualquer foto sua que existe

Elisson Amboni
Imagem: Freepik

Em um mundo cada vez mais digital, a privacidade se tornou uma commodity valiosa e, paradoxalmente, escassa. Com o avanço das tecnologias de inteligência artificial (IA), surgiram ferramentas capazes de realizar feitos impressionantes, como o site PimEyes, que promete encontrar todas as fotos de uma pessoa na internet através de uma simples busca por imagem. Esta capacidade, porém, levanta questões éticas significativas.

PimEyes utiliza tecnologia de reconhecimento facial para vasculhar a rede em busca de correspondências de rostos. Os usuários carregam uma foto e o sistema busca por imagens semelhantes. Apesar de não ser infalível, frequentemente identifica com precisão assustadora o rosto da pessoa desejada. O serviço, no entanto, não é gratuito, variando entre US$ 29,99 e US$ 299,99 por mês.

A plataforma foi descrita por Rowan Cheung, comunicador de tecnologia e especialista em IA, como “o site mais perturbador sobre IA na internet”. Cheung expressou estar “chocado com a velocidade e precisão” do sistema, o categorizando como “extremamente assustador”.

A empresa afirma que seu objetivo é permitir que as pessoas “reivindiquem o direito à imagem e monitorem sua presença online”, defendendo-se de golpistas e ladrões de identidade que utilizem suas imagens ilegalmente.

No entanto, apesar dessas aplicações legítimas, há preocupações crescentes de que ferramentas como PimEyes possam ser utilizadas para fins maliciosos, incluindo perseguição. A própria empresa reconhece esse risco em seus termos de serviço, afirmando que “se a unidade de segurança de dados revelar abuso do serviço, como perseguição ou violação dos direitos de privacidade das crianças, a conta será banida permanentemente sem direito a reembolso”.

A discussão em torno de PimEyes reflete um dilema maior com a IA: enquanto oferece ferramentas poderosas para proteção e conveniência, também abre portas para novas formas de violação de privacidade e abuso. As pessoas devem ponderar como equilibrar os benefícios e riscos dessa tecnologia, garantindo que ela não ameace nossa privacidade e segurança.

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