Campo magnético mais distante já detectado emite brilho fantasmagórico

SoCientífica
Imagem: ALMA/ESO/NAOJ/NRAO/J. Geach et al.

Astrônomos conseguiram a detecção mais distante de um campo magnético de uma galáxia até a data — localizada a mais de 11 bilhões de anos-luz da Terra. A galáxia, conhecida como 9io9, oferece uma visão do universo quando ele tinha apenas 2,5 bilhões de anos.

Em 2014, a galáxia foi identificada pela primeira vez pelos espectadores do programa “Stargazing Live” da BBC, onde foram solicitados a examinar milhões de imagens em busca de galáxias distantes.

Uma descoberta crucial para a astronomia

Essa descoberta recente fornece informações cruciais sobre a formação dos campos magnéticos nas galáxias, incluindo a nossa própria Via Láctea. Para fazer essa descoberta inovadora, os pesquisadores utilizaram o telescópio Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA).

“Muitas pessoas podem não saber que toda a nossa galáxia e outras galáxias são entrelaçadas com campos magnéticos, abrangendo dezenas de milhares de anos-luz”, diz James Geach, professor de astrofísica na Universidade de Hertfordshire e autor principal do estudo, em um comunicado à imprensa.

“Nenhum outro telescópio poderia ter conseguido isto. Essa descoberta nos dá novas pistas sobre como são formados os campos magnéticos em escala galáctica.”

Observações detalhadas e implicações futuras

A equipe de pesquisa inclui membros do Observatório Europeu do Sul (ESO) e da Universidade Stanford. Eles observaram que o campo magnético na galáxia 9io9 é totalmente desenvolvido e semelhante em estrutura aos das galáxias próximas, embora seja cerca de 1.000 vezes mais fraco que o campo magnético da Terra. Notavelmente, ele se estende por mais de 16.000 anos-luz.

A existência de um campo magnético totalmente formado em uma fase tão precoce da história do universo sugere que esses campos podem se desenvolver rapidamente à medida que as jovens galáxias crescem.

A pesquisa sugere que a intensa formação de estrelas no início do universo pode ter acelerado o desenvolvimento desses campos magnéticos, o que poderia, por sua vez, influenciar a formação das gerações posteriores de estrelas.

“Esta descoberta abre uma nova janela sobre o funcionamento interno das galáxias, porque os campos magnéticos estão ligados ao material que está formando novas estrelas”, diz Rob Ivison, co-autor do estudo e astrônomo do ESO.

Os pesquisadores estão esperançosos de que esta descoberta, juntamente com futuras observações de campos magnéticos distantes, lançará luz sobre os mistérios que cercam esses recursos fundamentais na formação galáctica.

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