De todos os animais que já viveram, poucos foram tão intimidadores quanto os anquilossauros. Esses dinossauros não só possuíam uma couraça sólida e tamanhos massivos, mas também uma clava óssea na ponta de suas caudas. Um novo fóssil, por conseguinte, indica que estes animais combatiam uns aos outros com suas clavas.
O anquilossauro da espécie Zuul crurivastator foi descrito em 2017, conforme a publicação no periódico Royal Society Open Science. Agora, uma equipe de cientistas descobriu marcas de lesões de clavas no fóssil. Ou seja, o animal foi provavelmente atingido por outro anquilossauro.
As clavas estão presentes na maioria das espécies de anquilossauros e, no geral, são grandes lobos ósseos maciços. Até o momento, a hipótese mais evidente é de que os dinos usavam as caudas para atacar as pernas de grandes predadores, como possivelmente os tiranossauros.
Agora a pesquisa reforça uma ideia já conhecida por pesquisadores: os anquilossauros deviam usar as clavas também para combater oponentes da mesma espécie.
Apesar de ser difícil de estimar o comportamento de dinossauros, é muito possível que a competição sexual fosse intensa entre estes tanques de guerra do Cretáceo. Os autores do artigo, portanto, sugerem que a seleção sexual tenha sido a origem primária das clavas dos anquilossauros. Posteriormente esta estrutura poderia ter adquirido a finalidade de combate a predadores.
Os hábitos de vida dos anquilossauros
Os anquilossauros estavam entre os últimos dinos a andar pelo planeta antes do meteoro de Chicxulub varrer o planeta e eliminar ao menos 75% das espécies viventes. Estima-se que eles tenham surgido há aproximadamente 68 milhões de anos (a extinção ocorreu há 65,5 M.A).
Esses animais tinham o tamanho aproximado de outros herbívoros da época, com as maiores espécies atingindo entre 8 e 6 metros (como os tricerátops) e também se alimentavam de plantas. Seus esqueletos eram reforçados e recobertos por placas ósseas ou espinhos.
Os anquilossauros também eram, ao que tudo indica, muito lentos e tinham uma péssima audição. Provavelmente eles eram animais pouco sociais, com exceção de períodos de acasalamento.
A nova pesquisa, portanto, acrescenta um grau de complexidade à investigação do modo de vida destes animais. Isso porque existem poucos espécimes fossilizados em comparação a outros animais da mesma época, o que pode também indicar uma abundância mais restrita dos anquilossauros.