Pescador sofre paradas cardíacas e convulsões após pisar em peixe-leão

Dominic Albuquerque

Um pescador pisou acidentalmente num peixe-leão venenoso, no interior do Ceará, na Praia de Bitupitá. O acidente rendeu convulsões, dores e até duas paradas cardíacas à vítima. Essa espécie é muito venenosa, e já foi vista em várias regiões do litoral do estado, até mesmo em pontos turísticos reconhecidos, como Jericoacara.

De acordo com um pesquisador do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará, Marcelo Soares, esse é o primeiro caso no país a ocorrer em ambiente (no mar).

Soares afirma que já houve acidentes em aquários, com pessoas que trabalham e tem contato com a espécie, mas nunca no mar, o que significa que o animal está “invadindo o ambiente”.

A vítima se chama Francisco Mauro da Costa Albuquerque. O jovem tem 24 anos, e sua mulher, Ana Vitória Alves Laurindo, disse que ele sentiu dores na região onde sofreu a picada, com duas paradas cardíacas e convulsões como consequência. Devido ao acidente, o pescador teve que ficar seis dias em internação hospitalar.

Os acidentes envolvendo o peixe-leão venenoso não costumam ser letais. Todavia, ele libera uma toxina neuromuscular, cujos efeitos podem causar convulsões e febres na vítima. Até a última segunda-feira (25), Francisco Mauro ainda sofria com dores no local da picada e no peito, mas sua mulher afirmou que ele estava melhorando e que recebeu alta.

O peixe-leão venenoso

Os biólogos afirmam que o peixe-leão venenoso prejudica a pesca, a economia e o turismo. Seu veneno é liberado através das nadadeiras dorsais, e ele se reproduz de maneira rápida, além de não ter predadores naturais. Uma pesquisa do Labomar achou nesse ano oito desta espécie em água rasa.

O professor explicou que, até então, o peixe-leão venenoso encontra-se desde Bitupitá até Itarema, cobrindo uma região de 200km do litoral cearense.

Essa espécie é considerada como de risco global, sendo uma das maiores invasoras. Seu alimento são invertebrados, como camarões. A espécie é peçonhenta e agressiva, tendo ainda dezoito espinhos, que podem causar acidentes envolvendo o veneno.

A recomendação no caso de avistar a espécie, ou ter informações sobre ela no Brasil, é de fazer contato com o Programa Cientista-Chefe da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) do Ceará, que pode ser feito por e-mail ([email protected]), ou pelo Sistema Integrado de Manejo de Fauna (SIMAF) do Ibama.

Compartilhar