Temperaturas altas estão ficando muito mais comuns nos oceanos

Mateus Marchetto
Imagem: Pexels / Pixabay

Ao longo de um século até o presente, a crescente liberação de carbono causou o aumento da temperatura das águas superficiais do oceano. Em 2014, no entanto, as águas oceânicas atingiram um “ponto sem volta” de temperaturas altas, de acordo com os autores de uma nova pesquisa.

Segundo o novo artigo, ademais, publicano no periódico PLOS Climate, 57% dos oceanos do mundo tiveram temperaturas quase nunca vistas nos últimos 150 anos. Mês a mês, a pesquisa analisou dados da temperatura superficial dos mares do planeta entre 1870 e 2019.

A maioria das pesquisa tradicionais com prazos maiores, contudo, analisam as médias anuais de temperatura, ao invés de mensais. De acordo com a pesquisa, isso pode ter mostrado algumas características de aquecimento que auxiliaram na interpretação.

Acontece que temperaturas vistas apenas em eventos muito raros há 100 anos são agora corriqueiras devido ao aquecimento global. Especialmente, as décadas entre 1980 e 2019 foram as que tiveram mais ondas de calor extremas nos oceanos.

four maps showing changes in sea surface temperatures by decade from 1980 to 2019
Imagem: K.R. TANAKA AND K.S. VAN HOUTAN/PLOS CLIMATE 2022

Nesse sentido, o autor Kyle Van Houtan cita em uma declaração, como dito na introdução, que o ano de 2014 foi um “ponto sem volta”. “Muito da discussão pública hoje sobre mudança climática é sobre eventos futuros, e se eles vão ou não acontecer.”

“O calor extremo se tornou comum no nosso oceano em 2014. É um fato histórico documentado, não uma possibilidade futura.”

Consequências de temperaturas altas no oceano

Uma onda de calor acontece no oceano quando as temperaturas altas incomuns se mantém por pelo menos cinco dias numa parte do oceano. Nesse sentido, como a perda de biodiversidade marinha já vem mostrando nos últimos anos, o aquecimento é prejudicial para centenas de milhares de espécies.

Primeiramente, quantidades altas de carbono na atmosfera levam à formação de ácido carbônico no oceano. Esse ácido, portanto, leva à morte de algas simbióticas que vivem juntamente a corais, nos grandes recifes do planeta. Daí vem o ‘embranquecimento’ dos corais.

fish g610d69a14 1920
Imagem: Pexels / Pixabay

Além do mais, temperaturas mais altas levam à mudança na migração de peixes e mamíferos marinhos. Isso causa, não obstante, um desequilíbrio na cadeia alimentar e por consequência muitas espécies podem morrer de fome. Como uma segunda pesquisa recente mostra, albatrozes podem se separar e se reproduzir menos também por conta de temperaturas altas.

A pesquisa está disponível no periódico PLOS Climate.

Compartilhar