Tábua babilônica de 3.500 anos contém representação mais antiga de um fantasma

Wellington Reis
Imagem; British Museum / Line drawing: James Fraser and Chris Cobb for The First Ghosts

Uma tábua feita na antiga Babilônia por volta de 1500 AEC pode ser a representação mais antiga conhecida de um fantasma, argumenta um importante estudioso das inscrições do antigo Oriente Médio em um novo livro.

A tábua babilônica de exorcismo

A tábua de argila é parte de um guia para exorcizar fantasmas que agora faz parte das coleções do Museu Britânico, diz Dalya Alberge

Irving Finkel, curador do departamento do Oriente Médio do museu de Londres e autor do livro The First Ghosts: Most Ancient of Legacies, afirma que a imagem na tábua só é visível quando vista de cima, sob uma luz. O museu adquiriu o artefato no século 19, contudo, ele nunca foi exibido.

“Você provavelmente nunca pensaria nisso, porque a área onde estão os desenhos parece não ter escrita”, disse Finkel ao Observer. “Mas quando você o examina e o segura sob uma lâmpada, essas figuras saltam sobre você através do tempo da maneira mais surpreendente.”

A tábua babilônica é pequena o suficiente para caber na mão de uma pessoa. Relata Patrick Pester, mas pelo menos metade está faltando. 

Entretanto, o objeto ainda contém instruções detalhadas sobre como se livrar de fantasmas incômodos. 

As instruções para o exorcismo

As instruções pedem que o exorcista faça estatuetas de um homem e uma mulher; preparar duas vasilhas de cerveja; 

Depois, ao nascer do sol, fale palavras rituais invocando o deus da Mesopotâmia Shamash, que foi responsável por trazer fantasmas para o submundo. 

Finkel diz que a ideia era transferir o fantasma para uma das estatuetas.

A linha final do texto da tábua babilônica exorta os leitores a “não olhar para trás!” 

O aviso provavelmente pretende ser uma instrução voltada para as estatuetas que entram no submundo, contudo, é possível que seja direcionado ao exorcista.

Segundo Finkel, o desenho foi provavelmente feito por um mestre artesão altamente habilidoso no desenho de argila. 

A tábua babilônica pode ter sido guardada na biblioteca de um exorcista ou em um templo.

Havia toda uma escola de magia especializada, que tinha como objetivo apaziguar os fantasmas e mandá-los de volta para onde pertencem, sem maiores problemas.

Com informações de Smithsonian Magazine.

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