A revista Environmental Science and Technology divulgou um estudo que relata a descoberta de traços de chumbo em restos humanos em um cemitério de 12.000 anos. Desde que os homens refinam metais, o chumbo está entrando no sangue e causando, em muitos casos, consequências trágicas e irreversíveis.
Rossela Tercatin relatou ao Jerusalem Post que a equipe descobriu que os ossos no local mostraram indícios de poluição por volta de 5.000 anos. Neste período, as pessoas passaram a usar o processo de copelação para refinar metais. Os traços de chumbo foram aumentando ao longo do tempo, mas cresceram de maneira súbita há, aproximadamente, 2.500 anos, com o aumento da produção de moedas em Roma.
“Esta documentação da poluição por chumbo na história humana indica que, surpreendentemente, grande parte da dinâmica estimada na produção de chumbo é replicada na exposição humana”, disse o autor principal Yigal Erel, geólogo da Universidade Hebraica de Jerusalém, em um comunicado. “Simplificando: quanto mais chumbo produzimos, mais pessoas provavelmente o absorvem em seus corpos. Isso tem um efeito altamente tóxico”.
Romanos antigos sabiam que os traços de chumbo fazem mal à saúde
Os pesquisadores analisaram 132 corpos enterrados no Palazzo della Cancelleria, construído entre 1485 e 1511, mas os sepultamentos tiveram início muito antes disso. De todos os indivíduos estudados, 127 deles pertenciam à Roma, enquanto outros cinco fazia parte da ilha mediterrânea de Sardenha.
Ruth Schuster, do Haaretz, revelou que as pessoas passaram a produzir o metal na Anatólia, há 8.000 anos. No início, martelavam o minério bruto, mas 3.000 anos depois inventaram a copulação, permitindo que separassem a prata e ouro dos metais impuros.
Entretanto, os traços de chumbo também entravam em contato com os indivíduos por meio de outros dois fatores. O vinho era preparado em recipientes deste material e incluíam o metal tóxico na maquiagem. Porém, vale lembrar que a mineração e fundição da época liberavam chumbo na atmosfera não só de Roma, como de diversas partes da Europa.
Os romanos mais antigos sabiam que o chumbo poderia causar danos à saúde em grandes quantidades. De acordo com a OMS, não há um ‘nível seguro’ conhecido de concentração de chumbo no sangue.
“Qualquer uso expandido de metais deve ir de mãos dadas com higiene industrial, reciclagem de metal idealmente segura e maior consideração ambiental e toxicológica na seleção de metais para uso industrial”, concluiu Erel. Sendo assim, traços de chumbo podem intoxicar uma pessoa mesmo que em quantidades mais baixas.