Drone autônomo atacou soldados na Líbia por conta própria

Mateus Marchetto
Um drone lançado pela Turquia cometeu, em 2020, o primeiro ataque de um robô a seres humanos. Imagem: Thomas Ehrhardt/Pixabay

Desde 2014 a Líbia entrou numa segunda guerra civil pelo poder do país. De um lado o grupo Amanhecer Líbio, apoiado pelo Catar e pela Turquia. Do outro, Exército Nacional Líbio, com o suporte do Egito e Emirados Árabes Unidos. Nesse cenário ocorreu, segundo autoridades, o primeiro ataque de um drone autônomo a seres humanos.

De acordo com o Conselho de Segurança da ONU, um drone equipado com explosivos e armamento atacou um grupo de soldados. Todavia, o robô realizou o ataque sem o controle de um ser humano. Ou seja, o drone foi programado para identificar os alvos e atacar sem alguém no controle-remoto.

Isso faz com que este seja o primeiro ataque de um robô a seres humanos sem o controle de outro ser humano. De acordo com o relatório da ONU, não se sabe se soldados foram feridos ou mortos durante o incidente.

O exército da Turquia liberou o Veículo Aéreo Não-Tripulado (VANT) do modelo STM Kargu-2 com o objetivo de atingir comboios e outras forças que estivessem de passagem.

Como o algoritmo do drone funciona

A empresa STM, responsável pela fabricação do STM Kargu-2, define o drone como um ‘drone de asas rotatórias capaz de carregar sistema de municiamento. Além do mais, o VANT carrega uma carga explosiva para ataques kamikaze. Basicamente ele funciona como os drones civis, com quatro hélices suportadas por hastes, porém com armamento letal autônomo.

O Kargu-2 possui ainda um sistema de controle remoto, mais uma vez como os drones comuns. A diferença é que o VANT possui uma plataforma baseada em inteligência artificial que permite que o equipamento identifique diversos alvos. Dentre eles seres humanos.

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Kargu-2. Imagem: STM.

De acordo com o fabricante, ainda, o Kargu-2 possui alta efetividade contra alvos estáticos ou em movimento. Isso acontece por um sistema de processamento de imagem em tempo real.

Assim como no relatório da ONU, diversos outros já exigiram a intervenção de governos mundiais a respeito de armas autônomas. O Human Rights Watch, ademais, também pediu pelo banimento de armamento completamente autônomo antes de outras eventualidades. A instituição, aliás, vem pedindo restrições nesses equipamentos juntamente a mais de 160 ONG’s desde 2013.

O relatório está disponível no site oficial da ONU.

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