Espécie rara de lula é filmada pela primeira vez em habitat natural

Mateus Marchetto
Espécie rara de lula é encontrada durante uma expedição do Schimidt Ocean Institute na Grande Barreira de Corais.

Cientistas do Schimdt Ocean Institute fizeram o primeiro registro em vídeo de uma espécie rara de lula numa missão de mapeamento da Grande Barreira de Corais. A lula chifre de carneiro (Spirula spirula) foi avistada a mais de 800 metros de profundidade. Além do mais, cientistas da mesma expedição descobriram um recife de corais mais alto que a Torre Eiffel há poucos dias.

Nesse sentido, as missões do Schimidt Ocean Institute na Grande Barreira de Corais têm o propósito de mapear e conservar a região. Assim, inúmeras espécies de peixes e outros animais aquáticos vêm sendo descobertas e avistadas desde o começo do projeto. Para tanto, pesquisadores usam um robô submarino equipado com câmeras para explorar o fundo do mar e também para mapear os corais.

“Os pesquisadores ficaram todos surpresos ao ver essa lula, foi algo que nunca tínhamos visto antes.” disse Valerie Cornet. Ela é estudante de mestrado da Universidade James Cook e está participando também da pesquisa.

Lulas fantásticas e onde habitam

As lulas chifre de carneiro são muito raras. Além do mais, elas são as únicas lulas vivas do gênero e elas têm diversas características peculiares. Nesse sentido, o nome desses animais vem da sua concha interna. Elas possuem essa estrutura na forma de um chifre de carneio. Essas lulas podem viver em profundidades de até 1700 metros.

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(sailormn34/Pixabay)

Não obstante, esses bichos possuem bioluminescência em algumas partes do corpo, além de nadarem de uma forma bem estranha. Isso pois a maioria das lulas nada com os tentáculos apontando para trás. Todavia, essa espécie faz o diferente: elas ficam numa posição vertical na água, com os tentáculos apontando para cima. Além do mais, elas possuem nadadeiras na parte de trás do corpo, assim como grandes olhos para enxergar no escuro.

A espécie rara de lula foi apenas uma das descobertas da missão

O Schimidt Ocean Institute está conduzindo várias missões de exploração do mar. Isso é importante pois pouco se sabe dos ecossistemas marítimos em regiões profundas. Aliás, a exploração é difícil por conta das pressões altíssimas no fundo do mar. Contudo, o instituto está usando submarinos guiados remotamente para explorar regiões mais profundas.

Ademais, só nesse projeto, mas de 30 novas espécies de peixes e animais marinhos foram descobertas, incluindo um sifonóforo de 45 metros – o animal mais comprido do oceano. De qualquer forma, ainda há muito a conhecer desses animais, e a missão busca coletar mais dados e amostras.

Além do mais, a descoberta de novas espécies na Grande Barreira de Corais aumenta ainda mais a sua importância. Essa estrutura é responsável por abrigar milhares de espécies aquáticas. Além do mais, os corais fornecem alimento e ambiente propício para a reprodução de animais ameaçados de extinção, como a tartaruga-verde.

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(skeeze/Pixabay)

Não obstante, os recifes de corais permitem que centenas de espécies de peixes se reproduzam. Portanto, isso mantém boa parte da indústria pesqueira ao redor do mundo funcionando. Assim, é muito importante que mais estudos sejam feitos, não só sobre os corais, mas também sobre o fundo do oceano. Isso pode beneficiar tanto o ambiente como a economia de dezenas de países que dependem da pesca.

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