Lula-gigante morta aparece intacta em praia na África do Sul

Felipe Miranda
Lula gigante morta na praia. (Créditos da imagem: Adéle Grosse)

Ao ver uma lula-gigante (Architeuthis dux) na areia da praia, na cidade de Britannia Bay, Adéle Grosse, moradora da região, foi imediatamente tentar levá-la de volta à água. Então, ela percebeu que a Lula estava morta.

Ela a encontrou enquanto caminhava durante a manhã de 7 de junho pela praia Golden Mile Beach. Ao Live Science, Grosse disse que ficou sem ar ao vê-la.

“Honestamente, parecia um animal pré-histórico majestoso”, disse.

O mais estranho é que a lula estava absolutamente intacta, tanto que inicialmente Adéle não pensou que ela estivesse morta. Não havia marcas de mordida, de ataque, ou de alguma rede ou óleo vazado. Por isso, supõe-se que o mar agitado a carregou para a areia, onde morreu asfixiada.

“Tivemos grandes ondas na noite anterior, e eu entendi que a onda levou essa bela lula para a praia nas primeiras horas da manhã”, disse Grosse.

As análises técnicas ficarão para mais tarde. Quando ela publicou a foto no Facebook, conseguiu contatar um pesquisador de invertebrados do Museus Iziko da África do Sul. Wayne Florence retirou junto com uma equipe a lula-gigante da praia e ela foi levada ao museu, onde ficará congelada até que as equipes voltem a trabalhar, após a pandemia.

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Transporte da lula. (Créditos da imagem: Dr. Toufiek Samaai/Museus Iziko da África do Sul)

Só então eles poderão fazer análises mais aprofundadas, uma autópsia envolvendo a anatomia e até mesmo análises de DNA, para se averiguar o que exatamente ocorreu com o animal.

A vida de uma lula-gigante

Essa lula era relativamente pequena em relação às outras das espécies. Tinha 4 metros de comprimento e cerca de 330 kg. Uma lula-gigante fêmea pode atingir até 13 metros de comprimento.

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As imagens capturadas pelo NHK e pelo Discovery Channel, tiradas em julho de 2012, mostra uma lula-gigante no mar perto da ilha de Chichi. A lula foi vista a uma profundidade de 630 metros, usando um submersível em julho, cerca de 15 km a leste da ilha de Chichi, no norte do Oceano Pacífico.

É o segundo maior invertebrado conhecido no planeta, perdendo apenas para outra lula maior ainda, chamada de lula-colossal (Mesonychoteuthis hamiltoni), que pode ultrapassar os 15 metros de comprimento.

Seu tamanho faz com que seja um animal capaz de enfrentar grandes predadores marinhos. Recentemente pesquisadores registraram cicatrizes em um tubarão causadas pelas enormes ventosas de sucção da lula.

Seus olhos também são um grande destaque, e novamente só perdem para os da lula-colossal. Os olhos de uma lula-gigante podem atingir 30 centímetros de diâmetro, e ficam ocultos.

A sua alimentação é carnívora; ela se alimenta de peixes menores e até mesmo de seus parentes cefalópodes – outras lulas e polvos menores. Não deve ser muito legal esbarrar com um carnívoro gigante no fundo do mar.

Não conhecemos muito sobre elas, já que geralmente não vão à superfície do oceano. Elas habitam uma profundidade entre seiscentos e mil metros abaixo da superfície.

O que sabemos melhor se resume à anatomia dos espécimes em museus e centros de pesquisa. O comportamento é bastante desconhecido, já que os oceanos são um antro de mistério para os humanos.

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