O cão selvagem da Amazônia, um animal de orelhas curtas, é uma espécie rara que vive nessa região, aliás, é um dos cães mais subestimados do mundo. Recentemente um novo estudo concluiu que o seu status deve ser considerado vulnerável e não “quase ameaçado”, como vinha sendo tratado.
Quando olhamos para a floresta amazônica pensamos em uma rica biodiversidade, mas que vem sendo cada vez mais ameaçada pelo desmatamento e pelas mudanças climáticas enfrentadas pelo planeta. Assim, os animais em extinção podem parecer exóticos, como onças e macacos. Mas, não somente eles, como também alguns tipos de cães podem desaparecer.
Conheça o cão selvagem da Amazônia
O cão selvagem da Amazônia possui orelhas curtas, como já contamos, pertencendo a família dos cães, mas não faz parte do gênero Canis, como os cachorros e os lobos. Pelo contrário, ele faz parte de uma espécie única, conhecido cientificamente por Atelocynus microtis.
Os pesquisadores sabem que esse animal vive na região amazônica, mas não conhecem muitos detalhes sobre o seu comportamento e evolução. Além disso, conseguiram descobrir que o cão selvagem da Amazônia está perdendo seu habitat natural e até 2027 pode perder 30% de sua população devido ao desmatamento. Essa é uma estatística positiva.
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Eles vivem principalmente na região sul do rio Amazonas. Assim, 40% em áreas desprotegidas e 60% em áreas da bacia amazônica. A partir disso, os pesquisadores começaram a cruzar dados para identificar em quais áreas da Amazônia poderiam viver.
Com essas informações, seria possível estimar a faixa atual do cão e identificar como eles podem mudar de local devido ao desmatamento. Ademais, os pesquisadores utilizaram uma rede de câmeras para identificar como está a cobertura da floresta no local onde vivem esses animais.
Assim, a pesquisa pode mostrar que as florestas fragmentadas não exercem o mesmo papel do que as florestas exuberantes e intocadas. Dessa forma, não conseguem armazenar carbono de maneira tão eficiente, absorvendo até 22% menos. Em resultado, elas possuem menos controle sobre o aquecimento global.
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Com tudo isso, o lugar onde os cães selvagens da Amazônia vivem não é o mais adequado para eles. A floresta é fragmentada e não plena. Foi identificado ainda que os animais dessa espécie que vivem em uma parte de mata mais fechada tiveram efeitos positivos, enquanto aqueles que habitam partes mais abertas apresentaram resultados piores.
Proteção é fundamental
Os pesquisadores acreditam que é preciso aumentar o nível de proteção, para que essa espécie não venha a desaparecer. Dessa forma, a ideia deles é que sejam tomadas medidas para proteger os cães selvagens da Amazônia, auxiliando as populações em dificuldades.
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“Além de esclarecer a ecologia do cão de orelhas curtas e refinar sua faixa de distribuição, nossos resultados enfatizam que a perda de floresta representa uma séria ameaça à conservação das espécies em um curto espaço de tempo”, relata a equipe.
Além desse cão, muitas outras espécies devem sofrer da mesma forma nessa região.
A pesquisa foi publicada pela Royal Society Open Science, veja mais aqui.