Se por um lado a cor azul é uma das cores mais populares e favoritas entre as pessoas, na natureza é o pigmento mais raro que existe. Embora o céu e o oceano sejam azuis, essa cor não é muito vista em se tratando de animais: basta pensar que há muitos animais verdes, brancos, amarelos e até vermelhos, mas não são todos os dias que vemos animais azuis, não é mesmo?
Tendo isso em vista, preparamos uma lista com 12 animais que além de super raros, são indescritivelmente bonitos.
Animais azuis: 12 raridades para conhecer
A cor azul não é tão prevalente na natureza em comparação com outras cores, como verde ou vermelho. Isso significa que os animais têm menos acesso a pigmentos azuis através da alimentação.
Alguns animais que se alimentam de presas específicas, como insetos ou pequenos crustáceos, podem desenvolver cores distintas como resultado de compostos químicos encontrados em sua dieta. No entanto, esses compostos geralmente não produzem cores azuis, o que torna os animais azuis menos comuns em alguns ecossistemas
Além disso, outro fator que justifica a raridade em encontrar animais azuis se dá pelo fato de que a produção de pigmentos azuis pode ser biologicamente mais complexa do que a produção de outras cores. Alguns animais simplesmente não têm a capacidade genética ou bioquímica para produzir pigmentos azuis em sua pele, penas ou escamas.
Felizmente, há alguns animais que possuem o pigmento e nos enchem os olhos de beleza. Confira, assim, 12 animais azuis super raros.
1. Glaucus atlanticus
O Glaucus atlanticus é um nudibrânquio de aparência peculiar, notável por sua coloração brilhante. Ele flutua de cabeça para baixo na água e se alimenta da perigosa caravela portuguesa, conhecida por seus ferrões venenosos.
Sua cor azul atua como camuflagem, dificultando a detecção por predadores, como aves marinhas. Além disso, essa lesma do mar é capaz de absorver os ferrões da caravela e usá-los para sua defesa e caça.
2. Dragão-mandarim
O dragão-mandarim (Synchiropus splendidus) é um peixe de cores vivas do Oceano Pacífico, e é um dos poucos vertebrados com coloração azul resultante de pigmento celular, não de coloração estrutural. O dragão-pitoresco (Synchiropus picturatus) é o único outro vertebrado com pigmento celular azul do mesmo gênero. A pele do dragão-mandarim possui cianóforos que contêm cianossomas, responsáveis pela produção de pigmentos azuis.
3. Sapo-boi-azul
O sapo-boi-azul (Dendrobates tinctorius “azureus”) é encontrado nas florestas do sul do Suriname e norte do Brasil. Sua coloração azul serve como alerta para predadores devido à presença de células de pele que refletem luz azul. Essa cor azul é resultado da ausência de pigmentos amarelos nos xantóforos, que normalmente se misturam com a luz azul dos iridóforos, fazendo com que o sapo pareça verde.
4. Sinai agama
O Sinai agama (Pseudotrapelus sinaitus) é um lagarto encontrado em desertos do Oriente Médio. Sua pele é geralmente marrom para camuflagem, mas os machos ficam azuis brilhantes na época de reprodução para atrair as fêmeas, tornando-os raros répteis azuis. As fêmeas permanecem marrons, com algumas marcas vermelhas nas laterais.
5. Linckia laevigata
Linckia laevigata é uma estrela do mar com coloração azul encontrada nas águas tropicais do Indo-Pacífico. Sua cor varia de azul claro a azul escuro devido à carotenoproteína chamada linckiacianina, tornando-a um dos poucos animais azuis com pigmento e não coloração estrutural.
6. Lesma-azul-dos-cárpatos
A Lesma-azul-dos-cárpatos (Bielzia coerulans) é encontrada nas montanhas dos Cárpatos na Europa Oriental. Inicialmente, são jovens de cor marrom-amarelada e, ao amadurecerem, se tornam animais azuis. Os adultos podem variar de verde-azulado a totalmente azul ou preto.
7. Lagosta-azul
Lagostas são geralmente verdes ou marrons, mas ocasionalmente, por uma mutação genética rara, podem ser animais azuis. Essa coloração é causada pelo excesso de uma proteína específica. Elas comem material vegetal para obter astaxantina, um antioxidante que as ajuda a lidar com o estresse, e esse composto também é responsável pela cor rosa-alaranjada em salmões.
8. Gaio-azul
O gaio-azul (Cyanocitta cristata) possui penas com pigmento preto de melanina, mas pequenos sacos de ar nas penas dispersam a luz, fazendo-as parecer azuis aos nossos olhos. Esse fenômeno é semelhante à dispersão de Rayleigh, responsável pelo céu azul. A cor azul nas penas não é causada por pigmentos, e é possível torná-las pretas novamente alterando sua estrutura.
9. Iguana-azul
A iguana-azul (Cyclura lewisi) da ilha de Grand Cayman vive até 69 anos. Os lagartos jovens são azulados com partes cinza-azuladas, tornando-se mais azuis com o amadurecimento. Lagartos adultos têm habilidade de mudar de cor e geralmente ficam cinzas para se camuflar com as rochas do habitat. A cor azul surge quando interagem com outros da espécie, especialmente para comunicação e estabelecimento de território. Os machos têm uma cor azul mais intensa que as fêmeas.
10. Ararinha-azul
A arara-azul, nativa do nordeste do Brasil e famosa pelo filme “Rio”, quase foi extinta na natureza. Em meados de 1990, acredita-se que apenas um macho sobrevivia, com menos de três dúzias em cativeiro. Um projeto de duas décadas buscou restabelecer a população na natureza. Suas penas variam de turquesa brilhante na frente a cinza-azulado fosco na cabeça, com a cor resultante de diferenças estruturais na pena, como em outras aves.
12. Pavão-indiano
O pavão indiano (Pavo cristatus) é uma ave icônica do subcontinente indiano, famosa por suas penas coloridas. Somente os pavões machos têm penas azuis e verdes brilhantes, enquanto as pavãs são principalmente marrons com algumas penas verdes no pescoço. A coloração brilhante dos machos é resultado da seleção sexual, pois as pavãs são atraídas por cores vivas.
11. Morfo azul
As borboletas do gênero Morpho, conhecidas como morfos azuis, possuem asas azuis devido à estrutura de suas escamas microscópicas, com sulcos em forma de árvore de natal e camadas finas alternadas, chamadas lamelas. Essa nanoestrutura espalha a luz, criando a aparência azul das asas. No entanto, essas estruturas estão presentes apenas no lado dorsal das asas, enquanto o lado ventral é marrom.
