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História

Um feto mumificado foi encontrado no útero de uma múmia egípcia

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Em 2015, a Universidade de Varsóvia lançou o projeto Warsaw Mummy Project, composto por um grupo de bioarqueórgolos. Agora, em 2021, encontraram um feto mumificado no útero de uma múmia egípcia com 2.000 anos. Este é o primeiro caso documentado de um bebê conservado com a mãe. O estudo foi publicado no Journal of Archaeological Science.

A múmia está em exposição no Museu Nacional da Varsóvia, mas antes era considerada restos de Hor-Djehuti, um sacerdote do início da 18ª Dinastia. Contudo, recentes tomografias revelaram discrepâncias nessas informações.

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Na verdade, a múmia estava grávida e não poderia corresponder ao corpo do sacerdote. Assim segundo os resultados da pesquisa, a mulher, sepultada em tumba completamente diferente, tinha entre 20 e 30 anos e possuía em seu útero um feto de 26 a 30 semanas, quando morreu e sofreu o embalsamento.

Como encontraram o feto mumificado no útero de uma múmia egípcia?

Segundo o líder do projeto Dr. Wojciech Ejsmond, outros bebês mumificados já foram identificados na tumba de Tutancâmon. Contudo, é a primeira vez que cientistas encontram tecidos moles (um feto) preservados em uma múmia. Vale ressaltar que o processo de mumificação removia a maioria dos órgãos.

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Conforme o artigo publicado, a preservação do bebê aconteceu por causa de um processo químico incomum. Basicamente, o feto ficou “em conserva”, assim como os alimentos, podendo se manter ao longo do tempo no corpo da mãe.

Processo de conservação

Da mesma forma que o picles, o bebê ficou em um ambiente ácido ainda dentro do útero. Segundo co-diretor do projeto, Ożarek-Szilke, durante o embalsamento os corpos eram cobertos com natrão, um dos primeiros agentes dessecantes já utilizado. Sendo a composição desse sal: carbonato de sódio, bicarbonato de sódio e sulfato de sódio.

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Primeiramente, ocorria a remoção dos órgãos e o preenchimento das cavidades com o sal de natrão, preservando os tecidos moles. Na sequência, envolviam o cadáver com lama do Nilo e panos secos.

Conforme as conclusões do artigo, o natrão garantiu a manifestação de ácido fórmico e outros compostos no corpo da mulher, sendo esse ambiente mais ácido no útero o responsável pela preservação do feto.

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Essa mudança na acidez e alcalinidade, variação do pH, permite grandes modificações nos processos orgânicos do corpo humano. Sendo o pH medido pela presença de hidrogênios e hidroxilas numa solução aquosa, portanto, quando mais hidrogênio menor o valor de pH.

Por isso que o ambiente de menor pH no útero da grávida garantiu, além da preservação, mudanças químicas no feto. Ou seja, ocorreu “secagem”, em termos mais técnicos uma mineralização, dos ossos do bebê.

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Raramente as tomografia computadorizada (CT) revelam ossos dos fetos assim. Contudo, para Szilke foi o conjunto do processo de “conserva” e da mineralização que garantiram a visualização do bebê na CT.

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