Tubos de lava na Lua são grandes o suficiente para conter cidades

Felipe Miranda
Tubos de lava no Havaí. (Imagem: NPS Photo/D. Boyle)

Lava é, basicamente, rocha derretida. Portanto, quando derrete, endurece e fica muito rígida. Tanto Marte como a Lua possuem grandes tubos destes. Os tubos de lava na Lua são grandes o suficiente para conter cidades, enquanto que os da Terra são bastante pequenos.

Os tubos de lava da Lua são grandes o suficiente para conter o prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa, localizado em Dubai, no Emirados Árabes Unidos, com uma altura total de 828 metros.

Parece até com aquelas histórias de ficção científicas de civilizações superdesenvolvidas vivendo abaixo de um planeta, com aquele maluco trânsito de naves que voam lindamente sem se chocar.

Essa ideia futurista não é tão fora da realidade, afinal. Um dos principais problemas da exploração espacial é a radiação cósmica, já que a vida é frágil a ela. A maior vantagem desses túneis é que eles são uma ótima camada de proteção da radiação.

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Imagens de satélite mostram possíveis tubos de lava em Marte. (Imagem: Mars Reconnaissance Orbiter/NASA)

Portanto, ao invés de gastar tempo e material construindo bases, é mais simples aproveitar a estrutura dos túneis, economizando dinheiro e material, além da segurança extra, pela força e grossura das paredes.

A formação dos tubos de lava

Os tubos de lava são verdadeiros túneis, como aqueles que construímos em serras para passar rodovias por dentro. A diferença é que na Lua eles são muito maiores do que os que construímos. Claro que com um visual bem rústico, mas nada que um rápido acabamento não resolva.

Esses túneis são formados quando há, em determinado ponto, um intenso fluxo de lava por bastante tempo. Essa enchente de lava vai derretendo as rochas em frente e formando o buraco.

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A maior parte dos que conhecemos são os que desabam, que é o momento mais fácil de se detectar. Entretanto, alguns furos nos mostraram que a maior parte deles estão intactos, ou seja, são realmente seguros.

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Uma protótipo de base lunar impresso em 3D. (Imagem: European Space Agency)

Novos mundos, novas possibilidades

A partir da década de 1960, os pesquisadores começaram a hipotetizar que esses túneis poderiam ocorrer em Marte e na Lua também. Embora sejam corpos hoje praticamente mortos, um dia já possuíram uma atividade magmática bastante ativa.

Desde que as primeiras ideias surgiram, já exploramos Marte e Lua com dezenas de sondas de diversos países. Esses dados passaram a apresentar evidências desses túneis hipotetizados.

O estudo foi publicado em julho na revista Earth-Science Reviews, periódico editado pela Elsevier. Para analisar os tubos, os pesquisadores coletaram varreduras 3D a laser feitas em pesquisas anteriores.

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Enquanto os túneis da Terra chegam a apenas 40 metros de diâmetro, em Marte eles podem ser até 80 vezes maiores e, pasmem, na Lua podem chegar a ser 300 e 700 vezes maiores em diâmetro comparados com os tubos da Terra.

Com tubos entre 500 e 900 metros de diâmetro, eles podem facilmente conter uma pequena cidade, como relata o Live Science. Isso pode facilitar na construção de complexas instalações, e a criação de um verdadeiro porto para o espaço interestelar.

Nos dias de hoje, o foco é Marte. Entretanto, a Lua ainda exerce uma grande importância nos planejamentos por dois motivos: gravidade menor e uma atmosfera praticamente inexistente.

A maior parte do combustível dos foguetes é utilizada para vencer a atmosfera. Para levar humanos e grande quantidade de equipamentos para Marte, haveria a necessidade de reabastecer na Lua. Portanto, é inevitável o fato de que precisamos construir um porto espacial por lá.

O estudo foi publicado no periódico Earth-Science Reviews. Com informações de Live Science.

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