Cientistas identificam substância misteriosa encontrada na Lua

Erik Behenck
A imagem registrada por um veículo lunar chinês. Foto: CNSA / CLEP.

O veículo espacial chinês Yutu-2 encontrou uma “forma gelatinosa” em solo lunar. A substância misteriosa encontrada na Lua foi achada em uma cratera, no lado oposto do satélite. Conforme a análise das imagens e comparação com amostras feitas pela Apollo, nada mais é o do que tudo aquilo que já encontramos por lá: rocha.

Mas, então por que é considerada uma forma gelatinosa? Essa substância provavelmente foi derretida pelo impacto de um meteorito, formando uma massa verde escura, brilhante e vítrea, afirmaram os pesquisadores em um estudo publicado na Earth and Planetary Science Letters.

Chineses empolgados com a descoberta

A substância misteriosa encontrada na Lua foi identificada pela primeira vez no fim de julho de 2019, pela Yutu-2. Assim, no mês seguinte as imagens foram divulgadas pelo blog Diário do Yutu-2, de responsabilidade do Science Space e sancionado pelo governo chinês.

“O Chang’e-4 rover descobriu uma brecha derretida por um impacto esverdeado e brilhante em uma cratera durante sua travessia no chão da cratera Von Kármán na bacia do Pólo Sul Aitken (SPA) no lado lunar”, escreveram os pesquisadores no artigo.

Eles descreveram a substância como algo semelhante a gel, algo totalmente incomum com as coisas já achadas na Lua. Mais tarde foram reveladas imagens brilhantes, mas provavelmente nada úmido e sim seco e empoeirado, como tudo o que existe no satélite.

Do que é feita a substância misteriosa encontrada na Lua?

Uma análise detalhada feita nas imagens tiradas pela câmera panorâmica do Yutu-2, o espectrômetro de imagem visível e infravermelho próximo (VNIS) e a câmera de prevenção, ajudaram a firmar a tese de que a substância foi gerada por um impacto. A partir disso, Sheng Gou, da Academia Chinesa de Ciências e seus colegas conseguiram quebrar a luz.

Dessa forma, puderam descobrir do que a substância misteriosa é feita. Conforme a análise, é formada em 45% por plagioclásio, 7% de piroxeno e 6% de olivina. Os pesquisadores também puderem definir que o material tem a cor esverdeada e mede aproximadamente 52 cm por 16 centímetros.

É bem parecida com amostras encontradas pelas missões Apollo 15 e Apollo 17. As duas foram localizadas em crateras de impacto, classificadas como brecha, que é um tipo de rocha composta por materiais mais finos. Nos dois casos, elas são regolitos lunares, onde o cimento é vidro preto.

A formação da “pedra gelatinosa”

Conforme os pesquisadores, a substância foi criada durante um impacto de meteorito. Assim, quando ele atingiu a superfície lunar, parte do regolito derreteu e se misturou com outra parte não derretida, formando uma brecha.

Contudo, isso não aconteceu especificamente na cratera onde o material foi encontrado e sim em duas crateras diferentes. Por isso, acreditam que o material foi formado em um lugar e ejetado, até parar no local onde foi achado pelo Yutu-2.

Infelizmente novas imagens não deveram ser feitas, já que o robô chinês já não está mais nessa região da Lua.

O estudo foi publicado na Earth and Planetary Science Letters, acesse.

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