Quando tubarões estão estressados (por exemplo, ficam presos em uma rede de pesca), eles tentam se livrar do excesso de comida, mas, às vezes, esses tubarões vomitam seus estômagos.
O biólogo marinho Austin Gallagher tirou um tubarão-tigre de 2,5 metros de comprimento da água durante uma de suas pesquisas no arquipélago de Florida Keys. Ao mesmo tempo, bem na frente do biólogo, o animal vomitou uma enorme pluma de penas de pássaro. O biólogo já ouviu falar do “vômito” dos tubarões, mas nunca o viu: observar esse fenômeno no ambiente natural pode ser pouco frequente.
Alguns tubarões, como os tubarões-tigres, são muito vorazes. Eles absorvem quase tudo o que parece, para eles, comestível. Incluindo coisas que seu estômago não pode digerir – penas de pássaro, conchas de tartarugas ou ossos. Se um tubarão está em uma situação incomum que o causa estresse, como ficar presos em linhas de pesca, o animal procura se livrar imediatamente da “comida” difícil de digerir.
Pode ser mais fácil para eles fugirem da armadilha de estômago vazio, disse Neil Hammerschlag, biólogo da Universidade de Miami, especializado em pesquisa de tubarões. Tubarões fêmeas grávidas enroscadas em redes de pesca, contudo, também podem abortar o feto. A propósito, este fenômeno tem um nome científico – eversão estomacal ou gástrica. E, para um predador, é uma ótima maneira de limpar seu estômago.
“Os tubarões estão apenas lavando o órgão interno”, disse o pesquisador Gregory Skomel.
“Uma pesquisa de 2005 descreve comportamentos semelhantes de peixes predatórios nos recifes do Mar do Caribe. Biólogos provaram que, desta forma, o tubarão remove partículas inestimáveis de alimentos, parasitas e muco.”
Um exemplo em vídeo
É possível ver no vídeo que leva apenas alguns segundos para o tubarão “lavar” o estômago – então ele calmamente “puxa” o órgão para dentro de si novamente.
Raias, um parente próximo do tubarão, também são conhecidas pela eversão estomacal, para remover “material nocivo”, de acordo com um estudo de 2000 publicado na Nature. Tanto elas quanto os tubarões sobrevivem ao procedimento.
Uma versão desta matéria foi publicada em janeiro de 2021.