Um fóssil do que pode ser um embrião de tiranossauro mostra características do gigantesco predador quando ainda era um tiranossauro (Tyrannosaurus rex) bebê, como um crânio do tamanho de um rato e um “queixo distinto”.
Os autores do estudo tiraram essas conclusões ao encontrarem uma garra do dedo do pé de um bebê tiranossauro em Alberta, Canadá, em 2017.
O que os levou à análise também de uma mandíbula do mesmo animal bebê, encontrado em Montana no ano de 1983. Essa mandíbula ainda não tinha sido analisada por ser muito delicada para ser removida da rocha ao redor.
Agora que o estudo começou, estes fósseis revelaram vários segredos sobre esses tiranossauros bebês.
Até porque esses achados são extremamente raros e os primeiros desse tipo no mundo, como disse o pesquisador Gregory Funston, também paleontólogo da Universidade de Edimburgo, na Escócia.
Fósseis extremamente raros de Tyrannosaurus rex
Até o momento, nunca haviam sido encontrados ossos que fossem parecidos com embriões. Ou seja, tiranossauros juvenis são muito raros.
A pesquisa ainda não foi publicada em um periódico revisado por pares, mas foi apresentada online no dia 13 de outubro em uma conferência anual da Society of Vertebrate Paleontology, feita virtualmente devido à pandemia da COVID-19.
A pequena mandíbula de tiranossauro tem 2,9 centímetros e possui oito dentes. Por estar presa na rocha, os pesquisadores escanearam a mandíbula com um acelerador de partículas. Essa técnica permite imaginar o fóssil sem precisar escavá-lo.
Apesar do tamanho em miniatura do maxilar, ele se parece muito com outras mandíbulas de tiranossaurídeos juvenis, disse Funston. “Ele tem um sulco profundo no interior e um queixo distinto, características que distinguem os tiranossauros de outros dinossauros carnívoros.”
O pós-doutorando Christopher Griffin, associado ao Departamento de Ciências da Terra e Planetárias da Universidade de Yale, relatou que essas características mostram que a mandíbula é realmente de um Tyrannosaurus rex, por mais imaturo que eles sejam. Griffin não esteve envolvido na pesquisa, mas participou da conferência.
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Nesse fóssil encontrado, os dentes da mandíbula não estavam totalmente desenvolvidos. Um dente em particular oferece pistas de que este fóssil pode pertencer a um tiranossauro embrionário, ou seja, o minúsculo tiranossauro teria morrido antes de eclodir.
Um detalhe muito importante também está em um dos encaixes do dente: um dente substituto estava sendo desenvolvido. Normalmente, os dentes substitutos ficam logo abaixo do dente mais velho e corroem a raiz para liberar esse dente, disse Funston.
Detalhes do embrião
Nesse caso, o dente substituto fica ao lado do dente mais velho e não há desintegração da raiz. No entanto, este estilo de substituição foi encontrado recentemente na primeira geração de dentes em embriões de répteis.
Além disso, o fóssil da garra referente ao dedo do pé também pode ser de um embrião, porque uma superfície não estava totalmente formada, observou também Funston.
Ainda é um mistério de qual gênero de tiranossauro os fósseis encontrados são, mas alguns predadores bem conhecidos desse grupo incluem o Tyrannosaurus rex, o Gorgosaurus e o Albertosaurus.