Tempestades geomagnéticas estão atingindo a Terra esta semana

Dominic Albuquerque

Cientistas confirmaram que várias tempestades geomagnéticas estão atingindo a Terra esta semana. O evento surpreende pela frequência de seguidas tempestades, algo que não costuma ocorrer num nível alto assim.

Tempestades magnéticas originam-se de ejeções da corona solar no espaço, o que resulta em perturbações na atmosfera superior da Terra, além de aumentar o arrasto em objetos de baixa órbita.

“Há a chance de aprimoramento na aurora oval em períodos durante os dias 13 e 14 de março, como resultado de duas ejeções de massa coronal (EMCs), e um fluo de alta velocidade oriundo do buraco coronal chegando à Terra”, disse o British Met Office

A tempestade, constituída de uma grande nuvem de partículas carregadas que serão arremessadas do Sol a uma velocidade de 7.2 milhões de quilômetros por hora, será desencadeada por um par de erupções solares, disseram os cientistas.

Em quase seis anos, o evento é provavelmente o mais forte dentre os que houveram. E provavelmente será mais intenso do que uma tempestade semelhante que ocorreu no final de janeiro, disse Joseph Kunches, um especialista em clima espacial no US National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA).  

Os estágios das tempestades geomagnéticas

As tempestades geomagnéticas ocorrem em três estágios. No primeiro, duas erupções solares movendo-se quase na velocidade da luz atingiram a Terra no final da Terça. Essas explosões poderiam causar apagões de rádio.

Depois, a radiação solar atingirá o campo magnético do planeta na quarta, com possíveis impactos no tráfego aéreo, principalmente próximo aos polos, satélites e quaisquer astronautas em caminhada espacial. Essa fase pode durar quatro dias.

Por fim, a nuvem de plasma lançada pela ejeção de massa coronal, que é basicamente um grande pedaço da atmosfera solar, chegará à Terra cedo na quinta-feira. Essa última fase pode perturbar redes elétricas, satélites, oleodutos e alguns sistemas avançados de GPS usados por perfuradoras de petróleo, agrimensores e algumas operações agrícolas, disseram cientistas.

GPS com sistemas mais simples, como a navegação em carros, não devem ser afetados, segundo Doug Biesiecker, do NOAA.

Kunches disse que o componente geomagnético da tempestade pode chegar um pouco antes do planejado, porque foi precedido por uma tempestade ocorrida no domingo, que atualmente atinge a magnetosfera da Terra.

Ainda de acordo com o cientista, quando já existe uma tempestade com ejeção de massa coronal, a sucessora pode chegar mais rápido.

Essas tempestades podem produzir auroras vívidas, segundo especialistas. No hemisfério norte, a aurora boreal pode ser vista em latitudes médias.

Harlan Spence, um astrofísico da Universidade de New Hampshire, contou que esse tipo de clima espacial é incomum na história recente.

“Esses eventos solares relativamente grandes, que tivemos talvez alguns poucos ao longo de uma década, agora temos dois ou três, mais ou menos um em cima do outro”, disse ele.

O sol está na fase ascendente do seu 11° ano de atividade solar, cujo pico está previsto para o próximo ano.

“Isso é um claro prenúncio de que o Sol está despertando”, disse Spence. “Nós estamos tentando colocar isso em contexto não apenas… do que o Sol fez no passado, mas o que poderia ser a maior coisa que o Sol é capaz de fazer e o que nós poderíamos planejar em termos de eventos extremos desse tipo no futuro”.

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